Polícia sul-africana resgata mais um empresário português raptado

por Lusa

Um empresário português raptado na semana passada na região de Joanesburgo, na África do Sul, foi resgatado com vida pela Polícia Sul-Africana (SAPS) no Soweto e cinco pessoas foram detidas, anunciou hoje a força de segurança.

O empresário foi resgatado do albergue Nancefield, no Soweto, onde estava mantido em cativeiro, e já se encontra com a família.

O homem, proprietário de um talho Watloo em Joanesburgo, tinha sido raptado na semana passada em South Gate.

"O homem foi sequestrado para pagamento de resgate, mas nenhum pagamento foi feito face à ação rápida da polícia", segundo as autoridades policiais.

A operação de resgate ocorreu na quinta-feira, tendo sido inicialmente detidos dois suspeitos, que seriam os motoristas dos veículos de fuga e depois outro no interior do albergue.

A equipa policial encontrou outros dois suspeitos numa casa em White City Soweto, que tinham na sua posse os cartões bancários e a carteira das vítimas.

A polícia sul-africana já tinha resgatado no início desta semana outro empresário português numa casa no Soweto.

O empresário, de 49 anos, foi localizado na noite de segunda-feira, após oito dias em cativeiro, numa residência no Soweto, arredores de Joanesburgo, onde se encontrava "amarrado".

De acordo com a comissária nacional da SAPS, Fannie Masemola, desde janeiro, 13 empresários e pelo menos seis estudantes foram resgatados sem pagamento de resgate.

"Isto é resultado da experiência e capacidades de nossas equipas. Nos últimos dois anos, mais de 200 sequestradores foram presos e tudo graças ao empenho das nossas equipes dedicadas", disse Masemola.

Num período de seis meses, mais de 54 sequestradores que operavam em Gauteng, Noroeste, Mpumalanga e Estado Livre foram presos.

A África do Sul enfrenta um agravamento do crime de sequestro em que são exigidos elevados montantes financeiros pelo resgate das vítimas, segundo a polícia sul-africana.

Desde janeiro deste ano, pelo menos 14 luso-sul-africanos foram raptados na província de Gauteng, epicentro de sequestros e da elevada criminalidade no país, segundo o dirigente da organização não-governamental luso-sul-africana, Fórum Português da África do Sul, Manny Ferreirinha.

Contactado pela Lusa, o embaixador de Portugal na África do Sul, José da Costa Pereira, adiantou na terça-feira, que em 2023, pelo menos 18 luso-sul-africanos foram raptados na região de Gauteng, onde se situa Joanesburgo, a capital económica, e Pretória, a capital do país.

Segundo dados do Governo sul-africano, residem na África do Sul cerca de 200.000 cidadãos portugueses e perto de meio milhão de lusodescendentes.

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