Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Polícia guineense lança gás lacrimogéneo para dispersar militantes do PRS

por Lusa

A polícia guineense lançou hoje granadas de gás lacrimogéneo nas imediações da residência do líder do Partido da Renovação Social (PRS), Fernando Dias, para dispersar militantes que aí se encontravam concentrados.

O líder do PRS, fundado pelo falecido ex-Presidente guineense Kumba Ialá, convocou uma reunião da Comissão Política, mas a polícia quis impedir que tivesse lugar, de acordo com Gabriel Yé, responsável de comunicação do partido.

Quando os comissários do PRS se preparavam para entrar na sede do partido, no bairro de Kundock, nos subúrbios de Bissau, um dispositivo policial tentou impedir o acesso, disse.

A casa de Fernando Dias situa-se a escassos dois metros da sede, cujo perímetro estava ocupado pela polícia.

Quando tudo indicava que a reunião não ia ter lugar, Fernando Dias e um grupo de militantes furaram o cordão policial e entraram na sede onde acabaram por realizar a reunião da Comissão Política, adiantou.

No final, um porta-voz do partido, Roberto Mbesba, leu uma resolução daquele órgão que reafirma a liderança de Fernando Dias, tendo este, por sua vez, criticado duramente o atual poder político e militar do país "por tudo o que se passa contra o PRS".

"Tudo isso é obra do Presidente, Umaro Sissoco Embaló, com a cobertura do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Biague Na Ntan", declarou Fernando Dias.

O presidente do PRS disse que vai continuar "a defender a democracia" na Guiné-Bissau e afirmou que não vai culpar os agentes da polícia que "estão a tentar boicotar as ações do partido".

A seguir à reunião na sede do PRS, Fernando Dias e o grupo de militantes que o acompanhavam retornaram à sua residência e volvidos dez minutos a polícia lançou granadas de gás lacrimogéneo para dispersar as pessoas, constatou a Lusa no local.

A residência de Dias foi cercada por um cordão policial enquanto o político se encontrava lá dentro com a sua família e alguns militantes do partido, não permitindo a polícia a entrada de pessoas no edifício.

Um jornalista que se encontrava no imóvel disse à Lusa que "algumas pessoas desmaiaram" após inalação do gás lacrimogéneo lançado pela polícia. Essas pessoas foram levadas para o hospital, acrescentou a mesma fonte.

Fonte do Ministério do Interior e Ordem Pública disse à Lusa que a polícia atuou para "fazer cumprir uma ordem judicial".

Um grupo de militantes do PRS que contesta a direção de Fernando Dias, encabeçado pelo atual ministro das Finanças, Ilídio Té, recorreu à justiça para pedir que o partido seja entregue, transitoriamente, ao veterano Ibraima Sory Djalo.

A direção de Fernando Dias considera o ato "um golpe".

Tópicos
PUB