A polícia do Camboja deteve um suspeito de ter assassinado um antigo político da oposição, Lim Kimya, que foi morto a tiro na terça-feira numa zona turística de Banguecoque.
De acordo com o relatório policial, citado hoje pelo portal de notícias cambojano Fresh News, o suspeito, um antigo soldado tailandês identificado como Ekalak Paenoi, foi detido na quarta-feira numa aldeia da província de Battambang, localizada no noroeste do Camboja, perto da fronteira com a Tailândia.
A polícia cambojana disse que a detenção foi feita em colaboração com as autoridades tailandesas e que Ekalak, de 41 anos, será extraditado em breve para a Tailândia.
Lim Kimya, um antigo deputado do extinto Partido de Resgate Nacional do Camboja, foi morto a tiro perto de Khaosan Road na noite de terça-feira.
De acordo com a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, Lim Kimya teria acabado de chegar ao local com a mulher de autocarro vindo do Camboja.
Organizações de defesa dos direitos humanos apelaram às autoridades tailandesas para que investigassem o assassínio com urgência e transparência e lamentaram a repressão dos opositores e ativistas no Camboja.
"Este assassinato flagrante de um ex-deputado do CNRP (Partido de Resgate Nacional do Camboja) nas ruas de Banguecoque tem todas as características de um assassinato político e parece ser uma escalada significativa no uso da repressão política em Banguecoque", disse o diretor da Asia Human Rights and Labour Advocates, Phil Robertson.
O CNRP disse num comunicado estar "profundamente chocado e consternado com o assassinato brutal e desumano" e instou as autoridades tailandesas a conduzirem uma investigação completa para levar os perpetradores à justiça.
Lim Kimya morreu no mesmo dia em que Hun Sen, atualmente o chefe do Senado do Camboja, apelou à aprovação de uma lei que rotularia certas ações de dissidentes como terrorismo.