A Polícia da República de Moçambique na província de Nampula, recentemente alvo de ataques armados, disse hoje que está a mover uma perseguição contra os autores das incursões, apelando para a população se manter vigilante a pessoas "estranhas".
"As Forças de Defesa e Segurança estão no terreno a perseguir o inimigo, para criar um ambiente que permita que a nossa população volte às suas zonas de origem", afirmou António Bachia, comandante da PRM na província de Nampula, norte de Moçambique.
Bachia falava após uma cerimónia de graduação de 44 agentes da PRM naquele ponto do país.
O responsável pediu à população para se manter vigilante em relação a movimentações de pessoas estranhas nos 23 distritos da província de Nampula.
Na quinta-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu que o país deve impedir a expansão de grupos armados ativos desde 2017 em Cabo Delgado para mais províncias, assinalando que o "terrorismo não tem fronteiras, não tem quartel".
Antes, na quarta-feira, Nyusi tinha afirmado que pelo menos seis pessoas já morreram desde sábado numa nova vaga de ataques armados no norte de Moçambique e há combates em curso.
"Seis cidadãos foram decapitados, três sequestrados e dezenas de casas foram incendiadas", referiu na cidade de Xai-Xai, durante o discurso alusivo ao Dia da Vitória.
Alguns pontos do extremo norte da província de Nampula, juntamente com Cabo Delgado, são palco da instabilidade causada pela presença de grupos armados.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial.
Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.