A polícia de Hong Kong emitiu esta sexta-feira um mandado de captura contra a ativista pró-democracia Agnes Chow, procurada por ter violado as condições da libertação sob fiança.
Chow, cofundadora do extinto partido Demosisto, tinha já anunciado a intenção de não regressar a Hong Kong depois de ter deixado o país para prosseguir os estudos no Canadá.
Também o ativista pró-democracia Tony Chung, a primeira pessoa condenada pela Lei de Segurança Nacional por acusações de secessão em Hong Kong, anunciou que, depois de cumprir a pena, em junho, chegou ao Reino Unido para pedir asilo.
O jovem de 22 anos foi libertado da prisão em 5 de junho, depois de ter cumprido a totalidade da pena, mas continuou a ser acompanhado de perto pelas autoridades ao abrigo de um acordo de supervisão de um ano, de acordo com as publicações de Chung nas redes sociais.
Depois de ter pedido para viajar para o Japão durante as férias de Natal, tomou a decisão de pedir asilo no Reino Unido, onde chegou na noite de 27 de dezembro.
As autoridades da região semiautónoma chinesa procuram oito advogados e ativistas baseados em países como Canadá, Austrália, Reino Unido e Estados Unidos, investigados pela polícia sob a acusação de "conluio com forças estrangeiras" ou de incitamento à secessão e à subversão.
Os militantes, pelos quais é oferecida uma recompensa de um milhão de dólares de Hong Kong (cerca de 112 mil euros) em troca de informações que levem à detenção, incluem o advogado Kevin Yam, nascido na Austrália, e o legislador Ted Hui, baseado na Austrália.
Em 2019, Hong Kong foi palco de grandes protestos antigovernamentais, desencadeados por uma lei que previa a extradição de suspeitos de crimes para a China, mas as reivindicações evoluíram para a exigência de mais liberdades e autonomia em relação a Pequim.
Em resposta, Pequim impôs uma Lei de Segurança Nacional que pune a secessão, a subversão, o terrorismo e a conivência com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.
