Polícia da Malásia captura 41 refugiados rohingya que fugiram de centro de detenção

por Lusa

A polícia da Malásia deteve 41 refugiados rohingya, exaustos e famintos, que tinham fugido de um centro de detenção no norte do país na quinta-feira à noite, disse hoje um dirigente policial.

Cerca de 131 migrantes, todos homens, vindos de Myanmar (antiga Birmânia), incluindo 115 refugiados rohingya, fugiram de um centro na cidade de Bidor, no estado de Perak, a cerca de 140 quilómetros a norte da capital, Kuala Lumpur, na sequência de um motim.

O chefe da polícia do estado de Perak disse à agência de notícias France-Presse que 41 dos rohingya foram capturados numa plantação de palmeiras e na floresta perto das cidades de Tapah e Bidor.

"Acreditamos que muitos outros estão escondidos na floresta", disse Mohamad Yusri Hassan Basri, acrescentando que todos os homens detidos estavam "famintos e exaustos".

Mais de uma centena de agentes da polícia e da imigração estão mobilizados para vasculhar florestas, rios e aldeias na mesma zona em busca dos outros fugitivos, disse o responsável.

O diretor-geral do Departamento de Imigração malaio, Ruslin Jusoh, disse que quase 500 agentes estão a participar nas operações, que têm também realizado buscas em mesquitas e bairros informais.

Um dos homens que escapou do centro de detenção foi mortalmente atropelado por um veículo numa estrada enquanto fugia.

Esta foi a segunda vez em dois anos que ocorre uma fuga deste género. Em 2022, 528 refugiados rohingya escaparam da detenção no norte do estado de Penang. Seis foram mortos quando tentavam atravessar uma estrada e a maioria dos outros foi detida de novo.

Muitos rohingya chegam à Malásia depois de meses de travessia de barco, enquanto outros chegam ao país pela fronteira com a Tailândia.

Aqueles que são detidos são frequentemente enviados para centros de detenção, geralmente sobrelotados e em más condições, de acordo com organizações de direitos humanos.

A Malásia, de maioria muçulmana, é um dos países para onde os rohingya fogem ou da perseguição em Myanmar, predominantemente budista, ou de campos de refugiados no Bangladesh.

Organizações não governamentais estimaram que mais de 100 mil rohingya vivem à margem da sociedade na Malásia, um país relativamente próspero, onde trabalham ilegalmente na construção ou em outros setores de baixos salários.

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