Polícia catalã desativa "operação Jaula" após quatro horas sem localizar Puigdemont

por Lusa

A polícia da Catalunha desativou a "operação Jaula" após quatro horas de controlos de estradas hoje para tentar, sem êxito, localizar o dirigente separatista e antigo presidente do governo regional Carles Puigdemont.

O dispositivo de controlo foi levantado às 14:00 locais (13:00 em Lisboa), disseram fontes da polícia catalã (os Mossos d`Esquadra) aos meios de comunicação social.

Puigdemont, alvo de um mandado de detenção em território espanhol, continua assim em paradeiro desconhecido, depois de hoje de manhã ter surgido em público nas ruas de Barcelona e de ter feito um comício de poucos minutos perante milhares de pessoas, convocadas pelo seu partido, o Juntos pela Catalunha (JxCat).

Depois deste comício e de descer de um palco instalado no local, Puigdemont não voltou a ser visto em público, tendo aparentemente desaparecido entre a multidão de apoiantes.

Um dos seus advogados, Jordi Carbé, garantiu à página na Internet ElNacional.cat que o seu cliente conseguiu o objetivo de não ser detido hoje, no dia em que regressou a Espanha, sem revelar porém onde se encontra o dirigente político.

Um elemento da polícia da Catalunha, os Mossos d`Esquadra, foi entretanto detido por suspeita de ter ajudado Carles Puigdemont a abandonar o centro de Barcelona sem ser detido, disse esta força de segurança.

Segundo fontes da polícia da Catalunha citadas por vários meios de comunicação social espanhóis, os Mossos detiveram um dos seus agentes, que é dono do carro em que a polícia pensa que Puigdemont fugiu do local onde hoje de manhã apareceu em público, nas imediações do parlamento regional.

Puigdemont, que protagonizou a declaração unilateral de independência da Catalunha de 2017, vive no estrangeiro desde então, para fugir à justiça espanhola, e continua a ser alvo de um mandado de detenção em território nacional.

Apesar disso, conseguiu hoje surgir em público numa concentração de milhares de apoiantes no centro de Barcelona sem ser detido.

Depois de, a partir de um palco, se ter dirigido à multidão concentrada numa praça do centro de Barcelona e de a organização da iniciativa ter pedido pelos microfones para ser criado um corredor para acompanhar a marcha de Puigdemont até ao parlamento regional, o dirigente separatista desapareceu e desconhece-se neste momento o seu paradeiro.

Eleito deputado nas eleições catalãs de 12 de maio, Puigdemont tinha anunciado na quarta-feira que estaria na sessão parlamentar de hoje, convocada para investir o socialista Salvador Illa presidente do governo regional, mas o plenário arrancou e está a decorrer sem a sua presença.

A polícia tinha montado um perímetro de segurança em redor do parlamento, com uma barreira policial que Puigdemont teria de cruzar para aceder ao edifício, mas nunca chegou a esse local, onde se esperava que fosse detido.

Os Mossos d`Esquadra acionaram então a "operação Jaula", focada no controlo de estradas, que foi levantada após quatro horas. O objetivo era tentar localizar Puigdemont e impedir que volte a sair para o estrangeiro, como aconteceu em 2017.

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