O Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos) denunciou hoje o uso indevido dos símbolos da formação política por desconhecidos, incluindo a imagem do seu candidato presidencial Venâncio Mondlane, para fabricar e vender crachás.
"Pessoas de má fé têm usado a imagem do nosso candidato Venâncio Mondlane e dos símbolos do partido Podemos para fazerem crachás e outros artigos para supostamente a população ter passe livre", lê-se no comunicado do partido enviado à Lusa.
Os objetos referenciados são usados por manifestantes como livre-trânsito, sobretudo para quem circula no centro da cidade de Maputo, ato denunciado pelo partido Podemos.
"Exortamos a todos os membros e simpatizantes a não compactuar com estes atos e denunciarem estes perpetradores de modo que não associem a nossa causa nobre a atos criminosos", conclui o documento, apelando para manifestações pacíficas.
Depois dos apitos, crachás alusivos ao candidato presidencial Venâncio Mondlane tornaram-se hoje no novo negócio em Maputo, quando a capital moçambicana foi novamente tomada por barricadas, pneus e viaturas em chamas, no regresso dos protestos eleitorais.
O frenesim que se fazia sentir na capital desde as 06:00 locais (menos duas horas em Lisboa), rapidamente deu lugar a barricadas, com ruas e avenidas cortadas por toda a cidade a partir das 08:00, respondendo ao apelo de Venâncio Mondlane, para novo período, agora de sete dias, de contestação aos resultados das eleições gerais de 09 de outubro.
Nas ruas, depois da venda de apitos nos últimos dias, como forma de contestação, são agora os crachás, alusivos a Venâncio Mondlane, com a sua fotografia e colocados ao pescoço, o novo negócio, quer seja para apoio ao candidato ou como espécie de livre-trânsito para quem circula na cidade, mesmo a pé.
Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados eleitorais anunciados, apelou a uma nova fase de contestação, de 04 a 11 de dezembro, em "todos os bairros" de Moçambique, com paralisação da circulação automóvel.
Pelo menos 76 pessoas morreram e outras 240 ficaram feridas por baleamento em Moçambique em 41 dias de manifestações, indicou a Organização Não-Governamental moçambicana Plataforma Eleitoral Decide.
Segundo o relatório, que aponta dados de 21 de outubro a 01 de dezembro, há ainda registo de "mais de 1.700 feridos por causas diversas" e uma estimativa de "mais de 3.000 detenções".