Um relatório independente afirma que o poço petrolífero de Laminaria, no mar de Timor, está parcialmente em águas de Timor-Leste e que o país tem, assim, direitos a receitas dos recursos petrolíferos que ainda ali existam.
O relatório, a que a Lusa teve acesso, foi produzido pela empresa RISC, com sede em Perth, na Austrália Ocidental, para a Northern Oil and Gas (NOGA), empresa que controla a plataforma e os campos petrolíferos de Laminaria e Coralina.
"Dado que a fronteira marítima de 2018 é de aproximadamente 0,5 quilómetros a leste do Laminaria East-1, a RISC conclui que o campo se alarga para as águas de Timor-Leste e uma pequena parte dos seus recursos estão localizado na área de licença agora sob jurisdição de Timor-Leste", indica o documento.
O novo relatório, datado de 21 de agosto, surge depois de vários anos de polémica sobre o futuro do poço Laminaria e da empresa australiana que o gere, a NOGA, com pressões de Camberra para que fosse fechado e a plataforma desmantelada.
Em 2020, Camberra alegou que a plataforma que estava a ser usada no poço, a Northern Endeavor, estava com graves danos e tinha que ser desmantelada por riscos ambientais graves.
Uma posição que a NOGA contesta, argumentando que o navio tem 24 de 60 anos de vida útil e está pronta a reparar a embarcação para que possa avançar com a produção dos recursos ainda existentes no terreno.
Estimativas da empresa, a que a Lusa teve acesso, indicam que poderá haver no Laminaria até 28 milhões de barris, que ao atual preço do crude (70 dólares por barril), representam potenciais recursos de mais de 1,9 mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros).
O relatório independente confirma que parte desses recursos pertencem a Timor-Leste, que terá assim direito a parte das receitas.
Estimativas indicam que a reativação do projeto podia representar mais de 470 empregos para timorenses.
