No início da semana, o edifício onde está localizado o gabinete do primeiro-ministro belga em exercício foi invadido por um homem com uma faca. Agora foi identificado como veneno o pó branco encontrado numa carta enviada a Alexander De Croo, em novembro passado. Na altura, um membro do gabinete do primeiro-ministro foi hospitalizado.
“Ela estava a abrir a carta e se começou a sentir-se mal. Por isso foi levada para o hospital e ninguém mais ficou afetado”, explicou Barend Leyts, porta-voz de De Croo, esta quinta-feira.
Este incidente “chocou o primeiro-ministro e a equipe”, comentou Leyts, garantindo que a funcionária que foi afetada “está felizmente bem agora e na altura todos os procedimentos foram seguidos rigorosamente para evitar mais danos”.As autoridades identificaram o produto tóxico que a carta continha: estricnina, um veneno que pode ser fatal e que é normalmente usada como raticida.
Dois dias antes, um envelope envenenado tinha chegado ao gabinete da ministra belga do Interior. Correio semelhante recebido no mesmo edifício governamental a 9 de dezembro, o que levou a imposição de quarentena de um funcionário. Mas não há registos de danos e outras hospitalizações.
A estricnina, um pó branco sem cheiro, é usada como veneno para ratos e, em humanos, pode levar a espasmos musculares, paragem cardíaca, falência de órgãos e morte.
A notícia da carta com estricnina surge dias após um homem armado com uma faca ter sido detido por tentar invadir o escritório de De Croo, em Bruxelas. As autoridades estão a investigar os incidentes e a relação entre estes.
Alexander De Croo, primeiro-ministro em exercício desde as legislativas de 9 de junho, estava ausente do gabinete. As autoridades belgas abriram um inquérito ao incidente do qual não resultaram quaisquer vítimas.
Na segunda-feira de manhã, o homem aproximou-se da residência oficial do primeiro-ministro, tendo ameaçado os militares presentes no local, que neutralizaram o suspeito até à chegada da polícia, segundo as informações disponibilizadas pelas autoridades.
A rua de la Loi, onde está instalada, no número 16, a residência oficial do primeiro-ministro, é uma das mais movimentadas da capital belga e que alberga vários edifícios oficiais do país e da União Europeia (UE).