A primeira-ministra são-tomense, Maria do Carmo Silveira, afirmou hoje, em Lisboa, que São Tomé e Príncipe está mais perto que nunca de ver perdoada a dívida externa, já em 2006.
"São Tomé e Príncipe nunca esteve tão próximo (de alcançar o perdão) e vale a pena consertar esforços", disse a chefe do governo são-tomense, no final de um encontro com o primeiro-ministro português, José Sócrates.
Segundo Maria do Carmo Silveira, São Tomé e Príncipe encontra- se em observação até ao final deste ano e, no princípio de 2006, uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) deslocar-se-á ao país para fazer uma avaliação da situação.
"Caso o FMI faça uma avaliação positiva, São Tomé e Príncipe beneficiará do perdão da dívida", avaliada em 300 milhões de dólares, acrescentou.
Maria do Carmo Silveira, que se encontra em Lisboa, em escala para São Tomé, no regresso de uma deslocação de mais de uma semana aos Estados Unidos da América, justificou também porque é que o seu país não pode integrar o grupo de 17 Estados cuja dívida foi perdoada pelo FMI e pelo Banco Mundial (BM) no último fim-de-semana.
"Entrámos no ponto de decisão em finais de 2000 e devíamos ter chegado ao ponto de conclusão um ano depois [2001]. Infelizmente, o contexto de instabilidade em que temos vivido (Ó) não permitiu que chegássemos ao fim", disse, acrescentando que neste momento já se avançou bastante, nomeadamente com a aprovação do programa com o FMI.
Questionada sobre a possível assinatura de um acordo com a Galp Energia para exploração petrolífera no país, Carmo Silveira garantiu que "esta possibilidade existe", mas é necessário "estudar as formas de concretização" "Existe vontade política e vamos encontrar formas de concretizar essa vontade [política)", declarou.
Sobre o encontro com José Sócrates, a primeira-ministra destacou "o balanço positivo da cooperação" feito pelos dois Governos e "a vontade de ver reforçadas as relações" entre os dois países.
Também hoje, a chefe do Governo são-tomense esteve reunida com o Ministro de Estado e Administração Interna português, António Costa, para discutir as relações de cooperação entre os dois países, particularmente no âmbito da segurança.
A situação dos imigrantes são-tomenses em Portugal e a sua integração na comunidade portuguesa foram temas igualmente abordados.