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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

"Plano de vitória". Zelensky nos Estados Unidos para preparar o futuro

por Paulo Alexandre Amaral - RTP
Commonwealth Media Services via Reuters

A semana que agora arranca tem marcada na agenda de Volodymyr Zelensky uma viagem a Washington com uma dupla função: antes de tudo apresentar à Casa Branca o recentemente anunciado plano de vitória para a guerra com os russos; mas, não menos importante para o presidente ucraniano, encontrar-se com o novo presidente americano que sairá das eleições de 5 de novembro próximo, o que implica reunir-se com os dois candidatos em disputa, a atual vice-presidente Kamala Harris e o ex-presidente Donald Trump.

O presidente ucraniano deverá ainda nesta deslocação aos Estados Unidos falar perante a Assembleia-Geral da ONU e levar o seu “plano de vitória” ao Senado americano.

Se o primeiro ponto é uma questão de agenda, importante apenas no sentido de manter o assunto da guerra na agenda da diplomacia internacional, o segundo será mais vital para os destinos ucranianos, já que os Estados Unidos estão a trabalhar um novo pacote de ajuda a Kiev: 375 milhões de dólares (cerca de 338 milhões de euros) em auxílio militar.

Mais dos que o dinheiro em causa, ou do material militar a receber de Washington, a visita de Zelensky reveste-se de importância vital para Kiev, no sentido em que mantém o fluxo de apoio dos norte-americanos numa altura em que essa ajuda arrisca cair para a nulidade a cumprirem-se duas condições: a eleição de Trump e a promessa do ex-presidente de, acolhendo a opinião de uma parte considerável da ala republicana, colocar fim à ajuda aos ucranianos, o que poderia representar por sisó o fim da capacidade de resistência de Kiev.Em relação ao atual presidente, Joe Biden, a função de Zelensky enfrenta igualmente um desafio nesta deslocação. O líder ucraniano deverá investir novamente na libertação das amarras que impedem Kiev de usar os mísseis de longo alcance cedidos pelo Ocidente para atacar a Rússia além-fronteiras, no seu próprio território.

Biden tem-se revelado renitente em autorizar a utilização do armamento cedido a Kiev para atingir alvos no território russo e ainda este domingo foi peremptório na sua negativa em relação a essa luz verde que Zelensky procura há semanas. Apenas Londres já manifestou essa possibilidade de forma aberta, mas um discurso dissuasivo do presidente russo, Vladimir Putin, parece estar a amarrar as mãos de Joe Biden.
Putin avisou que uma decisão de fornecer armamento a Kiev que viesse a ser usado contra território russo constituiria, na perspetiva de Moscovo, um ataque direto do Ocidente e da NATO à Rússia, o que abriria cenários de guerra talvez nunca vistos numa era que que temos no terreno potências nucleares.
Convencer Trump

Se o presente é fulcral para os ucranianos numa altura em que investiram o que tinham na ofensiva em Kursk e procuram conter qualquer possibilidade de recuo nesse capítulo que terá constituído um dos maiores êxitos de Kiev na guerra que leva dois anos e meio, a preparação do futuro não é menos vital e a figura central desses cenários pode vir a ser Donald Trump, que disputa à atual vice-presidente americana a chave da Casa Branca a partir de 2025.Trump, no seu estilo habitual, já veio garantir que uma vez presidente dos Estados Unidos termina a guerra da Ucrânia em 24 horas.

É no entanto conhecida a sua inclinação para a figura de Vladimir Putin, a quem durante a sua Presidência apoiou contra a tese dos serviços de informações americanos de que o Kremlin estava por detrás da manipulação das eleições de 2016. Putin garantiu que não e Trump disse não ter razões para duvidar dele.

A leitura do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, parece ser muito clarificadora neste aspeto: Trump vai dar voz aos republicanos que estão fartos de contribuir financeiramente para o apoio a Kiev e, portanto, vai deixar de financiar a guerra, terminando esta naturalmente por falta de recursos dos ucranianos.

Trump disse que “não poria um centavo na guerra entre a Ucrânia e a Rússia. É por isso que a guerra vai acabar”, explicava Orbán, ele próprio um aliado de Putin, após um encontro com o ex-presidente e agora novamente candidato.
Plano Zelensky

Quanto a Volodymyr Zelensky, o cansaço parece já sobrevir e o seu plano assentará na ideia que “este outono determinará o futuro da guerra”. A asserção foi deixada no vídeo realizado esta noite durante a viagem de avião rumo aos Estados Unidos.


O presidente ucraniano apontou como fundamental para a vitória de Kiev a cedência de armas para os militares nas frentes de batalha e os esforços diplomáticos para forçar a Rússia à paz.
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