O ex-ditador chileno Augusto Pinochet pagou quarta-feira mais de 15.000 euros pela liberdade condicional no âmbito do seu processo por três vítimas da "Operação Colombo" e viajará nas próximas horas para a sua propriedade na costa chilena, revelou um colaborador.
O general na reserva Guillermo Garin, um dos seus mais próximos colaboradores, indicou: "Efectivamente pagou-se esta tarde a fiança e o general pensa viajar nas próximas horas para Los Boldos", uma quinta situada a 130 quilómetros a sudoeste da capital chilena.
"Ele quer descansar do ruído de Santiago", acrescentou Garin, referindo-se à quinta onde habitualmente Pinochet passa os seus dias de descanso durante o período estival desta nação austral.
O ex-comandante-chefe do Exército, que estava sob prisão domiciliária desde 24 de Novembro, já tinha obtido a liberdade no caso de outras seis vítimas da mesma operação, montada em 1975 para encobrir o desaparecimento de 119 opositores, mas continuava detido no âmbito do processo que envolve outras três vítimas.
Na passada segunda-feira foi-lhe concedida a liberdade provisória e quarta-feira foi ratificada pelo Tribunal de Apelação de Santiago, mediante o pagamento de uma fiança de dez milhões de pesos (15.653 euros) embora a sua defesa tenha salientado que o ex-ditador não tinha dinheiro para a liquidar.
Também quarta-feira, o ex-governante militar (1973-1990) foi inocentado do assassínio de dois presos políticos cometidos pela "Caravana da Morte", um caso arquivado em 2002 pelo Supremo Tribunal.
O nonagenário militar está a ser processado pelo caso relacionado com nove vítimas da Operação Colombo e também por quatro delitos de corrupção, no julgamento aberto depois da descoberta das milionárias contas secretas que tinha no exterior.