PGR cabo-verdiana investiga denúncias de candidatos às eleições autárquicas

por Lusa
As eleições autárquicas em Cabo Verde estão envoltas em polémica Lusa

A Procuradoria-Geral da República cabo-verdiana ordenou a abertura de instrução para que se investiguem denúncias feitas por candidatos às eleições autárquicas de domingo.

"No rescaldo das eleições autárquicas, em reação aos resultados apurados, alguns candidatos proferiram afirmações imputando factos com alguma gravidade, aos candidatos e candidaturas adversários, configurando a prática de crimes", justificou a procuradoria, em comunicado divulgado na terça-feira.

O candidato da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) à Câmara de São Vicente "imputou a uma candidatura adversária factos que configuram a prática de crimes" de tráfico de drogas, associação criminosa e corrupção ativa e passiva de eleitores, lê-se no comunicado.

Em causa estão também denúncias do candidato do Movimento para a Democracia (MpD) à Câmara dos Mosteiros, que "imputou à candidatura adversária do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) factos que configuram a prática de crime de corrupção ativa e passiva de eleitor", acrescentou.

"Com vista a investigar a existência de factos puníveis e responsabilizar os seus agentes, o Procurador-Geral da República determinou a abertura de instrução", concluiu.

As denúncias de irregularidades ecoaram em declarações do Presidente da República, José Maria Neves, que defendeu, na segunda-feira, a necessidade de uma investigação aprofundada sobre alegações de compra de votos e distribuição de dinheiro por diferentes candidaturas e partidos.

No arquipélago, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) conquistou 15 das 22 câmaras municipais, revertendo o panorama de há quatro anos, quando o MpD liderava em 14 municípios. 

 

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