Pfizer com problemas em fornecer rapidamente vacinas adicionais aos EUA
As restrições de fornecimento estão a complicar as esperanças da Administração Trump de fechar um acordo com a Pfizer para a compra de mais 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. O último obstáculo para aumentar a produção de vacinas numa altura em que o SARS-CoV-2 se dissemina rapidamente.
Mas as negociações estão complicadas, com os Estados Unidos a exigirem a entrega das doses adicionais o mais rapidamente possível, enquanto a farmacêutica concilia com a procura a nível mundial.
“Temos trabalhado com a Pfizer sobre qual a assistência necessária para nos fornecer as doses adicionais”, acrescentou.
Em declarações à CNBC na terça-feira, Azar frisou que “as opções disponíveis incluem o uso da Lei de Produção de Defesa para acelerar a produção de algumas das matérias-primas que a Pfizer necessita para desenvolver a vacina”.
“Eles são reservados sobre as suas capacidades de produção e as suas necessidades. Portanto, não sabemos se têm um problema de matéria-prima até que nos digam”, acrescentou à CNBC.
“E, nesse ponto, posso garantir que, como o Presidente fez, usaremos todos os poderes para garantir que a Pfizer tenha o que necessita para cumprir os contratos de que necessitamos para o povo dos Estados Unidos”, realçou.
Azar sugeriu, na quarta-feira, que a Pfizer – que não recebeu financiamento da Operation Warp Speed para o desenvolvimento da vacina – não foi tão aberta sobre o processo de produção como as outras empresas que receberam verbas da Administração norte-americana, como a Moderna, a Johnson & Johnson e a AstraZeneca.
“Isso permite-nos maximizar o que podemos fazer”, afirmou Bourla. “Estamos a pedir-lhes e espero que o façam muito rapidamente, porque alguns componentes estão a operar com limitações críticas de fornecimento”.
Na segunda-feira, numa entrevista à CNN, Bourla confirmou que as negociações entre o Governo federal e a Pfizer.
“O Governo dos Estados Unidos está a pedir mais. Pediram agora 100 milhões de doses de vacinas”, afirmou.
Relação diferente
Trump enfrentou várias críticas depois do jornal New York Times ter avançado que a Administração norte-americana não tinha conseguido garantir as 100 milhões de doses adicionais quando a Pfizer ofereceu essa possibilidade no verão. Uma recusa negada pelo Governo.
Frustrado com as críticas, Slaoui defendeu os planos do Governo para comprar doses das seis empresas com vacinas candidatas.
“Acho que qualquer pessoa razoável entenderia que construímos um portfólio de vacinas e as levamos para o desenvolvimento a fim de garantir que uma delas realmente chegue ao fim da corrida (…) se mais do que uma chegar ao fim da corrida podemos acumular e acumular doses de vacinas do que se dependêssemos de um único produtor”, afirmou Slaoui.