A petrolífera brasileira Petrobras aprovou a distribuição de 20 mil milhões de reais (cerca de 3,3 mil milhões de euros) em dividendos extraordinários aos acionistas.
O valor decidido na quinta-feira pelo Conselho de Administração da maior empresa do Brasil equivale a 1,55 reais (0,25 euros) por cada ação preferencial ou ordinária em circulação.
A Petrobras afirmou em comunicado que a medida está alinhada com a atual política de remuneração, que prevê a distribuição de dividendos extraordinários "desde que seja preservada a sustentabilidade financeira".
Os dividendos extraordinários foram motivo de tensão entre o anterior presidente da empresa, Jean Paul Prates, que era favorável à distribuição, e uma parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que se opôs.
Lula da Silva declarou em março que a Petrobras, enquanto empresa controlada pelo Estado, "não podia pensar apenas nos seus acionistas" e que precisava de investir mais em investigação e infraestruturas.
As críticas afundaram as ações da petrolífera em bolsa, obrigando o governo a reverter a recusa em distribuir dividendos extraordinários.
No entanto, em maio, Lula acabou por demitir Jean Paul Prates e nomear a atual presidente, Magda Chambriard, antiga diretora da Agência Nacional do Petróleo, órgão regulador do setor no Brasil.
A Petrobras vive um período de instabilidade, com seis presidentes em poucos anos, numa altura em que as grandes petrolíferas em todo o mundo estão numa encruzilhada diante do desafio da transição energética.
A Petrobras registou um lucro líquido de 53,65 mil milhões de reais (8,72 mil milhões de euros) nos primeiros nove meses do ano, menos 47,7% em comparação com o mesmo período de 2023.