Os líderes da China e da Coreia do Norte, Xi Jinping e Kim Jong-un, respetivamente, trocaram hoje mensagens de Ano Novo, destacando a amizade entre Pequim e Pyongyang.
Por ocasião do 75.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas, Xi e Kim anunciaram conjuntamente o lançamento do "Ano da Amizade" entre os dois países, informaram `média` estatais chineses, citados pela agência de notícias EFE.
Numa mensagem, Xi destacou a "tradicional relação de amizade e cooperação" entre a China e a Coreia do Norte, que entrou numa "nova fase histórica" nos últimos anos.
"As duas partes intensificaram a comunicação estratégica, a cooperação pragmática e a coordenação em assuntos internacionais e multilaterais, impulsionando o desenvolvimento das relações, defendendo os interesses comuns e mantendo a paz e a estabilidade regionais", afirmou.
Xi sublinhou que a China "encara sempre as relações com a Coreia do Norte numa perspetiva estratégica e de longo prazo" e que "salvaguardar, consolidar e desenvolver" a amizade entre os dois países é uma "política inabalável".
Já Kim Jong-un salientou que "os dois países entraram numa nova fase do desenvolvimento da sua construção socialista", numa altura em que "a situação internacional está a sofrer mudanças complexas".
De acordo com o líder norte-coreano, os dois governos vão "reforçar o intercâmbio e a cooperação nos domínios político, económico e cultural" e "reforçar a colaboração na luta comum para salvaguardar a paz e a estabilidade regionais e mundiais".
O vice-ministro norte-coreano dos Negócios Estrangeiros, Pak Myong Ho, visitou Pequim em dezembro, asseverando na ocasião que Pyongyang "vai continuar a reforçar os laços multilaterais com a China para proteger os interesses comuns".
O ano de 2024 começa num momento de tensões na península coreana, intensificadas nos últimos meses.
Após o fracasso das negociações de desnuclearização com os EUA em 2019, Pyongyang adotou um plano de modernização de armamento - que inclui a implantação de satélites militares e tem envolvido inúmeros testes de mísseis.
O país asiático recusa-se também retomar o diálogo com Washington ou Seul e procurou estreitar os laços com Pequim e Moscovo.
A Coreia do Norte e a China têm registado uma aproximação nos últimos meses, evidenciada pelo convite a representantes do Governo chinês para se deslocarem a território norte-coreano para grandes eventos comemorativos em Pyongyang, que reabriu recentemente as fronteiras após anos de isolamento devido à pandemia da covid-19.
A China é o principal parceiro estratégico e comercial da Coreia do Norte, com a qual partilha uma fronteira de mais de 1.400 quilómetros.