Pelo menos 24 mortos em ataque a turistas na Cachemira indiana

por RTP
Protestos em Srinagar, Cachemira indiana AFP

Pelo menos 24 pessoas foram mortas na Caxemira administrada pela Índia depois de homens armados terem aberto fogo contra um grupo de turistas na terça-feira, num dos piores ataques contra civis em anos, segundo as autoridades locais.

"Pelo menos 24 pessoas foram mortas", disse um alto responsável da polícia de Caxemira à AFP sob anonimato.

O ataque deu-se no território himalaio de Jammu e Caxemira, perto da cidade turística de Pahalgam.

A maioria dos turistas tinha nacionalidade indiana e visitavam o vale de Baisaran, a cerca de cinco quilómetros de Pahalgam.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, denunciou o ataque como um "ato hediondo", prometendo que os agressores "serão levados à justiça".

Os principais suspeitos são militantes islamitas, que há décadas combatem as autoridades indianas.

As autoridades aumentaram o número de membros das forças de segurança e isolaram a zona, iniciando uma busca pelos agressores. Até ao momento, nenhum outro detalhe foi divulgado pelos responsáveis locais, incluindo um número oficial de vítimas.

"Estes terroristas cobardes atacaram turistas inocentes e desarmados que tinham vindo visitar Caxemira", disse o responsável regional do partido BJP (Partido do Povo, do primeiro-ministro Narendra Modi), Ravinder Raina, em declarações à imprensa indiana.

"Alguns turistas feridos foram internados no hospital local", acrescentou.

Cerca de 3,5 milhões de turistas visitaram Caxemira em 2024, a maioria dos quais turistas indianos, de acordo com dados oficiais.

Em 2023, a Índia acolheu uma reunião de turismo do G20 (os 20 países com economias mais fortes) em Srinagar sob um forte esquema de segurança para mostrar que a calma tinha regressado após a repressão que se seguiu ao cancelamento da autonomia limitada da região por Nova Deli, em 2019.

Os rebeldes na região de maioria muçulmana têm travado uma insurgência desde 1989, exigindo a independência ou uma fusão com o Paquistão, que controla uma parte mais pequena da região de Caxemira e que, tal como a Índia, reivindica toda a região.

Os combates abrandaram desde 2019, quando o Governo de Modi impôs o controlo direto do território após revogar a sua autonomia parcial.

A Índia, que tem 500 mil soldados permanentemente destacados no território, acusa regularmente o Paquistão de apoiar os militantes.

Islamabad nega esta acusação, afirmando dar apenas o seu apoio à autodeterminação de Caxemira.

com Lusa

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