Pelo menos 16 feridos em tumultos entre polícia e manifestantes

por Lusa

Pelo menos 16 pessoas ficaram feridas durante confrontos entre a polícia e manifestantes ocorridos na segunda-feira em Maputo, anunciou hoje o Hospital Central de Maputo (HCM), a maior unidade do país.

"Em relação ao tumulto de ontem, nós tivemos a entrada de 16 pacientes, dos quais cinco ficaram internados nos diferentes serviços do nosso hospital", disse Dino Lopes, diretor do Serviço de Urgência de Adulto no HCM, durante uma conferência de imprensa.

Segundo o responsável, o HCM recebeu três mulheres e 13 homens feridos durante os confortos na capital moçambicana e do total de 16 entrados, 11 tiveram alta hospitalar.

"De uma forma geral, todos os cinco pacientes que foram internados estão colaborantes, estáveis e com níveis de consciência aceitável, no sentido de que eles comunicam devidamente, então estão fora de perigo", referiu o médico especialista em medicina de emergência.

A avenida Joaquim Chissano foi o centro de protestos, próximo do local onde na sexta-feira ocorreu o duplo homicídio de dois apoiantes de Venâncio Mondlane, incluindo o seu advogado, Elvino Dias, e para onde o candidato presidencial tinha convocado a saída de uma manifestação para a manhã de segunda-feira, que nunca chegou a acontecer devido à forte intervenção da polícia.

Os apoiantes de Venâncio Mondlane que contesta igualmente os resultados preliminares das eleições gerais de 09 de outubro, levaram os protestos para vários bairros, no centro da cidade e nos subúrbios, como Polana Caniço, Xiquelene e Maxaquene, onde a polícia também realizou disparos e lançamento de gás lacrimogéneo para dispersar qualquer concentração.

Além da capital, há registo de confrontos e manifestações durante o dia de segunda-feira em várias cidades moçambicanas.

Em Maputo, os confrontos de segunda-feira entre a polícia e os manifestantes começaram cerca das 07:30 (menos uma hora em Lisboa), com a força policial a dispersar os grupos que se começavam a juntar para participarem nas marchas pacíficas.

O candidato presidencial convocou as marchas no sábado, como forma de repúdio pelo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe, mandatário do partido Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), que o apoia.

Mondlane classificou os líderes da polícia moçambicana como verdadeiros terroristas e prometeu continuar os protestos em mais três fases até à divulgação dos resultados finais das eleições pelo Conselho Constitucional.

A resposta policial às manifestações foi condenada pela comunidade internacional e houve vários apelos à contenção de ambas as partes, nomeadamente de Portugal, da União Europeia e da União Africana.

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