Pelo menos 11 mortos em atentado à bomba no Paquistão

por Lusa

Um ataque bombista contra um autocarro que transportava trabalhadores que construíam um posto militar no noroeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão, matou pelo menos 11 pessoas, disseram hoje as autoridades locais.

Os trabalhadores foram mortos na noite de sábado, disse um dirigente governamental da região do Waziristan do Norte, Rehman Gul Khattak, num comunicado.

Um dirigente da polícia na região, Amir Muhammad Khan, confirmou à agência de notícias France-Presse a explosão da bomba e o número de vítimas.

"É doloroso saber do ataque terrorista no Waziristan do Norte que ceifou a vida de 11 trabalhadores inocentes. Condenamos veementemente esse ato de violência sem sentido e expressamos a nossa solidariedade às famílias afetadas", disse o primeiro-ministro interino, Anwaar-ul-Haq Kakar, na rede social X (antigo Twitter).

O Waziristan do Norte é uma das antigas áreas tribais semiautónomas do noroeste do Paquistão, onde o exército realizou inúmeras operações contra fundamentalistas islâmicos ligados à rede Al-Qaeda e aos talibãs, após a invasão do Afeganistão em 2001 pelos Estados Unidos e os seus aliados da NATO.

O Paquistão enfrenta há vários meses, em particular desde o regresso ao poder dos talibãs em Cabul, em agosto de 2021, uma deterioração da situação de segurança, em particular nas regiões fronteiriças com o Afeganistão.

O governo de Islamabad afirma que alguns dos ataques são planeados em solo afegão, algo que Cabul nega.

No início de agosto, após novas acusações do Paquistão, o ministro da Defesa afegão, Mohammed Yaqoub, recordou o alerta do líder religioso supremo dos talibãs, Hibatullah Akhundzada, contra qualquer ataque fora das fronteiras do país.

Combater fora do Afeganistão não tem autorização por parte da religião e é sim uma guerra, ilícita aos olhos do líder supremo dos talibãs, declarou o ministro, num discurso perante membros das forças de segurança afegãs e transmitido pela televisão estatal.

Nos últimos meses, o grupo talibã paquistanês, Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), empreendeu uma campanha cada vez mais intensa contra agentes de segurança, incluindo agentes da polícia.

Em janeiro, um homem ligado ao TTP fez-se explodiu numa mesquita dentro de um complexo policial na cidade de Peshawar, no noroeste, matando mais de 80 funcionários.

A secção paquistanesa do grupo Estado Islâmico, que mantém uma rivalidade sangrenta com os talibãs, também está ativa na área e reivindicou um ataque, a 31 de julho, na cidade de Khar, a 45 quilómetros da fronteira com o Afeganistão.

O ataque, durante um comício do partido religioso conservador Jamiat Ulema-e-Islam deixou 54 mortos, incluindo 23 crianças. Um homem fez-se explodir junto ao palco enquanto cerca de 400 participantes esperavam o início dos discursos.

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