Pedro Sánchez diz a Xi Jinping que Espanha "vê China como parceira da UE"

por Lusa
Espanha e China reposicionam-se na nova ordem geopolítica Andres Martinez Casares - EPA

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse esta sexta-feira ao presidente chinês, Xi Jinping, que Espanha "vê a China como parceira da União Europeia", num encontro em Pequim que coincide com um período transformações na ordem internacional.

"Espanha é um país profundamente pró-europeu que vê a China como um parceiro da União Europeia", afirmou Sánchez, que chegou à capital chinesa na quinta-feira à noite.

Madrid vai "trabalhar para que as relações entre a UE e a China sejam pautadas pelo diálogo e pela reciprocidade", assegurou.

Os laços entre a Europa e a China foram fragilizados pela aproximação de Pequim a Moscovo, no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia. Bruxelas criticou Pequim por ter apoiado Moscovo económica e diplomaticamente, embora a China tenha garantido repetidamente que pretende uma solução pacífica para o conflito.

O regresso ao poder de Donald Trump, nos Estados Unidos, pode, no entanto, remodelar alinhamentos geopolíticos e parcerias económicas. As posições antagónicas do líder norte-americano face à aliança transatlântica e a guerra comercial lançada contra o resto do mundo são vistas por analistas como suscetíveis de reaproximar Europa e China.

"A Espanha trabalhará sempre para promover relações sólidas e equilibradas entre a China e a UE. Uma Europa forte também contribui para a estabilidade e a prosperidade mundiais", disse o líder espanhol a Xi Jinping.

A reunião decorreu nas instalações protocolares de Diaoyutai e não no Grande Palácio do Povo, onde os chefes de Estado ou de Governo são habitualmente recebidos.

No encontro com Xi, Sánchez deverá abordar questões como o desequilíbrio comercial, os investimentos chineses em Espanha, a guerra na Ucrânia e o cenário convulsivo provocado pela guerra comercial lançada por Washington.

O chefe do governo espanhol tem também previsto um encontro com o homólogo chinês, Li Qiang, com quem presidirá à assinatura de acordos bilaterais.

 

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