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"Patriotas pela Europa". Bardella vai liderar novo grupo de extrema-direita no Parlamento Europeu

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Bertrand Guay - AFP

Um dia depois de o seu partido, o Rassemblement National, ter perdido a segunda volta das eleições legislativas em França inviabilizando a possibilidade de se tornar no próximo primeiro-ministro francês, Jordan Bardella vai ser o presidente do "Patriotas pela Europa", um novo grupo de extrema-direita no Parlamento Europeu, oficialmente criado na segunda-feira. António Tânger Corrêa, eurodeputado do Chega, assume uma das sete vice-presidências do grupo.

O jovem líder do RN, Jordan Bardella, vai liderar uma nova família política no Parlamento Europeu que nasceu depois das eleições europeias de junho por iniciativa do primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, depois de o seu partido ter saído do Partido Popular Europeu (PPE).

O anúncio foi feito depois de uma reunião com os eurodeputados que constituirão este novo grupo político, que se realizou na segunda-feira no Parlamento Europeu, em Bruxelas. "É um momento histórico", escreveu o secretário de Estado húngaro para a Comunicação, Zoltan Kovacs, na rede social X.

"O Patriotas pela Europa foi oficialmente acreditado como o novo grupo político de direita no PE. O nosso grupo político vai começar a sua jornada com Jordan Bardella como presidente e a eurodeputada do Fidesz Kinga Gál como vice-presidente", anunciou o também comissário para a presidência húngara do Conselho da União Europeia.


No seu discurso aos franceses, no domingo à noite, Jordan Bardella anunciou que os eurodeputados eleitos do Rassemblement National iriam juntar-se a “um grande grupo” que iria influenciar o “equilíbrio de poder na Europa, rejeitando o fluxo de migrantes, a ecologia punitiva e a tomada da nossa soberania”.

O “Patriotas pela Europa” representa "esperança para as dezenas de milhões de cidadãos das nações europeias que valorizam a sua identidade, a sua soberania e a sua liberdade", disse o também candidato do RN às eleições europeias.

A terceira maior força política da UE

Atrás do Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, e dos Socialistas e Democratas (S&D), de centro-esquerda, o “Patriotas pela Europa” é atualmente o terceiro maior grupo do hemiciclo: constituído por 84 deputados de 12 países.

Após a sua fundação no mês passado, pelo primeiro-ministro da Hungria e líder do Fidesz, Viktor Órban, com o líder do Partido da Liberdade da Áustria (FPÖ) e o líder do partido populista checo ANO, o grupo conseguiu atrair no espaço de uma semana partidos de direita e de extrema-direita de 12 países europeus, cuja maioria pertencia ao grupo Identidade e Democracia (ID) que deverá deixar de existir.

Nomeadamente, o português Chega, o espanhol Vox, o belga Vlaams Belang, o holandês Partido para a Liberdade (PVV), de Geert Wilders e o dinamarquês Peoples Party. Na segunda-feira também o francês Rassemblement National, com os seus 30 eurodeputados, e o italiano partido populista de direita Liga aderiram à aliança de extrema-direita.


Após o sucesso eleitoral do Rassemblement National nas eleições europeias, a 9 de junho, em que obteve mais de 30 por cento dos votos e conseguiu eleger 30 deputados, e depois de ter perdido o acesso a Matignon com a derrota nas eleições legislativas em França, Jordan Bardella assumirá a liderança do “Patriotas pela Europa”.

O jovem francês, de 28 anos, que não esteve presente na reunião constitutiva que o elegeu, contará com o apoio de sete vice-presidentes: nomeadamente a húngara Kinga Gál, a primeira vice-presidente do partido Fidesz, o português António Tânger-Corrêa, um dos dois eurodeputados eleitos pelo Chega, o espanhol Hermann Tertsch do VOX, o italiano Roberto Vannacci da Liga, a checa Klára Dostálová do ANO, o austríaco Harald Vilimsky (FPÖ) e o holandês Sebastiaan Stöteler (PVV).
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