Patrão Bezos impõe "mudança significativa" no Washington Post
O anúncio, em jeito de aviso, foi feito pelo patrão do jornal norte-americano e vai aplicar-se à página de opinião. Ou seja, na secção de opinião do Washington Post, o jornal que deitou abaixo um presidente, "os pontos de vista que se opõem a esses pilares (liberdades pessoais e mercados livres) serão deixados para serem publicados por outros".
I shared this note with the Washington Post team this morning:
— Jeff Bezos (@JeffBezos) February 26, 2025
I’m writing to let you know about a change coming to our opinion pages.
We are going to be writing every day in support and defense of two pillars: personal liberties and free markets. We’ll cover other topics too…
No e-mail para a equipa editorial do Washington Post, a que a CNN teve acesso, David Shipley disse que decidiu sair “após refletir sobre a melhor forma de continuar na profissão que amo”.
A saída de Shipley ocorre depois de quatro meses sob muitas críticas relacionadas com a decisão de não publicar um cartoon de Ann Telnaes. Um cartoon que retratava Jeff Bezos e outros magnatas a beijarem os pés de Donald Trump.
Também o colunista Philip Bump, que escreve no jornal, desabafou na Bluesky Social (plataforma de microblogging) “que merda é esta (“what the actual f**k”)”.
Desde o anúncio, dois ex-editores do jornal mostraram-se contra a medida. Marty Baron, ex-editor executivo do Post, disse estar “triste e enojado” com as exigências de Bezos, que “traem os princípios de sempre do Post”.
Durante a campanha presidencial, um artigo de opinião foi censurado porque apoiava a candidata Kamala Harris. Desde esse momento, o Washington Post viu 250 mil leitores cancelarem as assinaturas do jornal e vários repórteres a passarem para publicações rivais.