O Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15), que lidera a oposição no parlamento guineense, hoje dissolvido, congratulou-se com a decisão do chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, diz o partido num comunicado.
No documento, a que Lusa teve acesso, assinado pelo coordenador em exercício, Marciano Barbeiro, o Madem G15 afirma que aplaude a decisão tomada por Sissoco Embaló, "considerando a tentativa de golpe" de Estado perpetrada pela Guarda Nacional, que, considera, foi abortada pelas forças republicanas.
O partido refere-se aos confrontos armados ocorridos na madrugada e manhã de sexta-feira, quando as Forças Armadas atacaram o quartel da Guarda Nacional em Bissau para daí retirarem dois membros do Governo que tinham sido levados das celas da Polícia Judiciária (PJ).
Os dois governantes tinham sido detidos na PJ, por ordens do Ministério Público, que os investiga num processo de pagamento de dívidas do Estado a 11 empresários, que o Madem G15 diz ser crime de prevaricação e de desrespeito a normas orçamentais.
Os combates armados resultaram na morte de dois militares e na detenção do comandante da Guarda Nacional, coronel Vítor Tchongo.
O Presidente guineense classificou a ação de tentativa de golpe de Estado e decidiu dissolver o parlamento, embora tenha mantido o primeiro-ministro, Geraldo Martins, em gestão de assuntos do Governo até à formação de um novo executivo.
Sissoco Embaló justificou a sua decisão alegando que o parlamento defendeu os dois governantes detidos em vez de cuidar dos interesses do Estado.
No seu comunicado, o Madem G15, que detém 29 lugares no parlamento dissolvido, pede ao Ministério Público para que prossiga com as investigações no sentido de se apurar "todos os contornos da situação criada".
O partido felicita o seu grupo parlamentar pela forma como exerceu a sua ação fiscalizadora da ação do Governo demitido, enquanto líder da oposição no parlamento agora dissolvido.
O Presidente guineense é um dos fundadores do Madem G15, partido que o apoiou nas presidenciais de 2019, embora o próprio afirme ter-se desvinculado por motivos constitucionais.