Partido de extrema-direita excluído do grupo Identidade e Democracia no Parlamento Europeu
O partido de extrema-direita alemão "Alternativa para a Alemanha" (AfD, na sigla em alemão) foi expulso esta quinta-feira do grupo político Identidade e Democracia (ID) do Parlamento Europeu, na sequência das declarações polémicas do cabeça de lista da AfD às eleições europeias, Maximilian Krah, sobre a organização nazi Schutzstaffel (SS).
"O Grupo ID não quer continuar a ser associado aos incidentes que
envolveram Maximilian Krah, cabeça de lista da AfD para as eleições
europeias", afirmou o grupo político num comunicado.
O anúncio surge na sequência dos comentários feitos por Maximilian Krah, numa entrevista ao jornal italiano La Repubblica e ao britânico Financial Times, em que admitiu ser "errado" afirmar que todos os membros das SS, a organização nazi que esteve no centro do projeto totalitário de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, eram "criminosos".
"Entre os 900 mil SS, havia também muitos agricultores: havia certamente
uma elevada percentagem de criminosos, mas nem todos eram criminosos", afirmou o ex-dirigente da AfD, que teve de se demitir da liderança do partido esta quarta-feira depois de ter defendido que os alemães devem ter orgulho nos seus antepassados.
Apesar de ter prometido não voltar a aparecer na campanha eleitoral para as eleições europeias, Maximilian Krah continua a ser o candidato pelo partido alemão de extrema-direita "Alternativa para a Alemanha" (AfD), o que valeu a expulsão deste partido do grupo parlamentar europeu Identidade e Democracia (ID).
"Vou abster-me de novas comparências na campanha eleitoral com efeito imediato e vou demitir-me de membro do comité executivo federal", afirmou o político num texto divulgado pela imprensa alemã.
Os comentários de Maximilian Krah não foram bem recebidos pelos partidos da direita radical francesa Rassemblement National (RN), de Marine Le Pen, e italiana La Liga do vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, que desde logo se distanciaram da AfD.
Em Portugal, o líder do Chega, André Ventura, disse não se rever nas declarações do político alemão da AfD mas não pondera a possibilidade de mudar de grupo parlamentar.
“Eu não me revejo nas declarações que foram feitas, eu não o diria, mas o Chega faz parte de uma família política que quer sem dúvida mudar a Europa na luta contra a corrupção, na luta por fronteiras seguras e contra a imigração”, afirmou. “Não vou concordar a 100 por cento com o que todos dizem, mas não há nenhum grupo europeu que o faça", defendeu.
c/agências