Papa pede a pais de filhos homossexuais que os apoiem em vez de os condenarem

por RTP
Remo Casilli - Reuters

O papa Francisco apelou esta quarta-feira a todos os pais de filhos homossexuais que os apoiem e que não os condenem. O sumo pontífice frisou ainda que as pessoas gays têm o direito de ser aceites pelas suas famílias, enquanto filhos e irmãos que são.

As declarações foram lançadas na audiência semanal do papa, desta vez dedicada às dificuldades que os pais podem sentir ao educar os seus filhos.

Para Francisco, essas dificuldades podem incluir “as de pais que veem nos seus filhos diferentes orientações sexuais e não sabem como lidar com o assunto, não sabem como acompanhar os seus filhos em vez de se esconderem atrás de uma atitude de condenação”.

O líder da Igreja Católica referiu ainda que, apesar de esta instituição não poder aceitar casamentos entre pessoas do mesmo sexo, pode apoiar uniões de facto que permitam aos casais homossexuais terem direitos conjuntos em áreas como pensões, cuidados de saúde ou heranças.

No ano passado, o Vaticano emitiu um documento oficial no qual declarava que os padres católicos não poderiam abençoar pessoas do mesmo sexo, o que despertou críticas entre homossexuais católicos e ativistas.

A decisão chegou depois de, em países como a Alemanha ou os Estados Unidos, alguns padres terem adotado a prática de abençoar relações homossexuais em vez de casar essas pessoas, originando vários pedidos para que esta bênção fosse institucionalizada.

Recentemente, católicos conservadores têm criticado o papa Francisco – que chegou a enviar notas de agradecimento a padres e freiras que apoiam pessoas gays – por alegadamente enviar sinais contraditórios acerca da homossexualidade.

Em dezembro, um departamento do Vaticano pediu desculpas por “ter causado dor em toda a comunidade LGBTQ” ao remover do seu site oficial informações sobre um grupo de defesa dos direitos dos homossexuais que fazia parte da preparação para uma reunião no Vaticano em 2023.
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