Papa Francisco cumpre sonho de visitar o Japão

por RTP
O Papa Francisco iniciou em 23 de novembro de 2019 uma visita de quatro dias ao Japão Reuters

O líder da Igreja Católica iniciou este sábado uma visita de quatro dias ao Japão, onde vai visitar as cidades de Hiroshima e de Nagasaki, como forma de alertar para os perigos das armas nucleares, um tema que lhe é caro.

Francisco, de 82 anos, assume-se como anti-nuclear convicto e já chegou a apelar à proibição total de armas nucleares.

O Papa aterrou em Tóquio, sob vento forte e uma chuva ligeira e sem grandes honras. Francisco foi de imediato para a embaixada do Vaticano na cidade, a nunciatura apostólica, onde irá reunir-se com os bispos locais. O acolhimento oficial das autoridades japonesas está marcado para segunda-feira.

Domingo, o Papa viaja para Nagasaki onde irá ler uma mensagem sobre a problemática das armas nucleares, no Parque da Bomba Atómica, e encontrar-se com sobreviventes dos bombardeamentos de 1945 durante a II Guerra Mundial.

A cidade de Hiroshima será igualmente visitada por Francisco.

Mais de 100 mil pessoas perderam a vida instantaneamente nas duas bombas largadas pelos Estados Unidos como forma de por fim à II Grande Guerra, em agosto de 1945.

Dezenas de milhares morreram ao longo das décadas seguintes, de doenças causadas pela radiação e de ferimentos causados pelos bombardeamentos.

O Papa quer também prestar homenagem às vítimas do desastre de março de 2011 na central nuclear de Fukushima.

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Um sonho com meio século
No Japão, Francisco irá celebrar duas Missas, uma em Nagasaki e outra em Tóquio, tendo agendados encontros com responsáveis governamentais e com o recém-empossado imperador Naruhito.

O número de cristãos no Japão é residual, formando cerca de um por cento da população total. Cerca de metade são católicos.

Com esta visita ao Japão, Francisco cumpre um velho sonho de mais de 50 anos. Como seminarista na sua nativa Argentina, pensou iniciar aqui o seu ministério, enquanto missionário.

Os seus superiores e a sua Fé trocaram-lhe as voltas e o Papa foi ordenado sacerdote em 1968.

O Papa iniciou a sua visita à Ásia na Tailândia, tendo deixado vários desafios à minoria católica daquele país, durante os três dias da visita. Francisco visitou um templo budista e deixou críticas às desigualdades sociais  e à exploração sexual de mulheres e de crianças naquele país.

Durante o voo para o Japão, o avião papal sobrevoou territórios chineses e Taiwan, a antiga Ilha Formosa. Como habitualmente, o Papa deixou algumas mensagens aos seus líderes.

Ao passar sobre Hong Kong, Francisco desehou "paz e bem estar" à líder da megalópole, sem qualquer comentário quanto às manifestações pró-democracia que agitam a cidade e a liderança de Carrie Lam.

A mensagem ao Presidente chinês, Xi Jinping, foi semelhante.

Esta foi a primeira vez que um Papa foi autorizado a viajar através do espaço aéreo chinês, desde o acordo de 2018 entre Pequim e o Vaticano sobre a nomeação de bispos católicos na China.
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