O Panamá assinou um contrato com uma empresa dos Estados Unidos para atualizar o plano de uma linha ferroviária para ligar a capital à fronteira com a Costa Rica (norte), um projeto proposto pela China.
O governo afirmou, na quinta-feira, que a assinatura deste contrato permite "avançar no cumprimento das principais obras de infraestrutura prometidas" pelo novo presidente José Raúl Mulino, empossado em 1 de julho.
O contrato no valor de 2,2 milhões de dólares (2,11 milhões de euros) foi assinado pelo secretário para as Ferrovias do Panamá, Henry Faarup, e pelo representante no país da empresa norteamericana AECOM USA, de acordo com o mesmo comunicado.
Faarup disse que a atualização vai incluir aspetos que não constavam da proposta original, apresentada em março de 2019 pela empresa estatal chinesa China Railway Design Corporation, a ser financiada exclusivamente por Pequim.
A atualização contempla um estudo de pré-viabilidade para um troço de 150 quilómetros de extensão e alternativas para atravessar o Canal do Panamá através de uma ponte ou um túnel.
O projeto foi proposto pelo governo de Juan Carlos Varela (2014-2019), que o encomendou à China em 2017, durante a primeira visita do então presidente a Pequim, depois do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.
De acordo com a proposta original chinesa, a linha ferroviária implica um investimento de 4,1 mil milhões de dólares (3,9 mil milhões de euros) e estará concluído em seis anos.
O anúncio do contrato com a empresa norte-americana surgiu cinco dias depois do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ameaçado recuperar o controlo do Canal do Panamá.
José Raúl Mulino negou na quinta-feira qualquer ingerência chinesa no Canal do Panamá.