Pais de jovem saudita decapitado exigem execução de responsável da sentença

por © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Os pais de um jovem saudita condenado à morte por homicídio culpabilizaram a polícia pela sentença e posterior decapitação, com sabre, do seu filho e exigiram que o responsável directo da decisão seja executado.

Os pais de Moayed, de 15 anos, visitaram, há um mês, a cadeia de Yazan para ver o seu filho, como costumavam fazer semanalmente há mais de um ano, quando foram surpreendidos pela notícia de que o adolescente já tinha sido executado, informa hoje o diário saudita Al Hayat, na sua página na Internet.

O advogado da família, Abdala Al Zemani, sustentou que tanto a sentença como a execução violam a "Sharia", a Lei Islâmica aplicada na Arábia Saudita, já que Moayed tinha menos de 14 anos quando matou outro menino.

A Arábia Saudita castiga com a morte crimes como o homicídio, o tráfico de droga, a violação e a bruxaria, embora não permita a aplicação da pena capital a pessoas com menos de 21 anos.

O advogado dos pais de Moayed insiste, pois, que o jovem "não gozou das garantias de um julgamento justo segundo a `Sharia` e as leis do reino" árabe.

Além de exigir que "o responsável directo [das irregularidades] seja executado", a família do adolescente pede uma indemnização de dez milhões de riais (2,660 milhões de dólares, 1,785 milhões de euros), refere o jornal Al Hayat, acrescentando que o processo será avaliado brevemente por um tribunal de Yazan.

Na Arábia Saudita, a pena de morte é executada com sabre e na praça pública, à semelhança das amputações de mãos aos ladrões.

Este ano já foram executadas no país, por crimes semelhantes, mais de 70 pessoas.

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