Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Pai de criança que fez desenho contra a guerra foi detido na Bielorrússia

por RTP
Foto: Olga Podolskaya (imagem publicada pela BBC)

O pai de uma criança russa que fez um desenho contra a ofensiva na Ucrânia na escola foi detido esta quinta-feira na Bielorrússia. Alexei Moskaliov, de 54 anos, tinha sido condenado a dois anos de prisão devido ao desenho que a filha fez na escola.

De acordo com o Ministério bielorrusso do Interior, Moskaliov foi “detido pela polícia” perto da capital, Minsk. No início da semana, tinha fugido da prisão domiciliária em que se encontrava desde o início de março.

Este caso remonta a abril de 2022, quando a filha, Maria Moskaliova, de 13 anos, desenhou, em contexto de sala de aula, bombas a voarem na direção de uma mulher e uma criança junto a uma bandeira ucraniana.

De seguida, a escola alertou as autoridades, que encontraram mensagens do pai nas redes sociais a criticar a invasão russa da Ucrânia. Alexei Moskaliov foi acusado de desacreditar o Exército russo e ficou sem a custódia da filha que estava a criar sozinho.

Na terça-feira, Alexei Moskaliov foi condenado a dois anos de prisão por um tribunal de Efremov, a 300 quilómetros de Moscovo. Para além de “desacreditar” o Exército russo, é considerado culpado de publicar mensagens online a criticar a ofensiva russa na Ucrânia.

O caso está a criar grande comoção, sobretudo desde quarta-feira, quando veio a público uma carta escrita pela filha de Moskaliov, entretanto institucionalizada e proibida de ter qualquer contacto telefónico com o pai.

Amo-te muito, não tens culpa de nada, estarei sempre ao teu lado. Tenho a certeza de que tudo vai correr bem e estaremos juntos outra vez. (…) Sei que não vais desistir, és forte, somos fortes. (…) Vou rezar por ti e por nós”, escreve a rapariga de 13 anos.

Na quarta-feira, o Kremlin fez saber que está a acompanhar este caso de perto e apontou culpas ao pai por estar a cumprir as suas obrigações parentais de forma “deplorável”.

Para o dia 6 de abril está previsto o início de um novo julgamento sobre a restrição dos direitos parentais de Moskaliov.

Apesar do clima de repressão, uma petição online que exige que a filha seja de novo entregue ao pai já reuniu mais de 145 mil assinaturas.

c/ agências
PUB