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Padrinhos europeus evitam abandono escolar na província moçambicana de Gaza

por Lusa

Cerca de mil alunos na província moçambicaba de Gaza, em situação de pobreza, conseguiram manter-se na escola graças à sensibilidade da portuguesa Sara Patrícia que há 20 anos procurou padrinhos portugueses, ingleses e franceses para ajudar as crianças.

"Ela [a cidadã portuguesa] veio a Moçambique, acho que para conhecer o país, e viu as necessidades básicas que muitas crianças passam. Emocionou-se com o que viu e começou do zero", contou à Lusa Orcídio Amucachi, coordenador de atividades do projeto "Um Pequeno Gesto, Uma grande Ajuda", fundado por Sara Patrício, em 2004.

Através do projeto, a fundadora conseguiu mobilizar padrinhos portugueses, ingleses e franceses que possam manter os seus afilhados pobres e vulneráveis a estudar nos ensinos pré-escolar, escolar e secundário.

Cerca de mil alunos nessa condição escaparam ao abandono escolar, porque os padrinhos contribuem com refeições, material e uniforme, bem como bolsas escolares, o suficiente para os reter nos estudos até à juventude, nos distritos de Xai-Xai, Chongoene e Chókwe, na província de Gaza.

"Sem estes apoios, era uma geração perdida, sei disso, porque cresci muito pobre aqui em Chókwe e é comum as crianças abandonarem a escola muito cedo", referiu Orcídio Amucachi, falando no recinto da Escola Primária Santa Luísa, que também conta com a ajuda do projeto "Um Pequeno Gesto, Uma Ajuda".

Naquela escola gerida por irmãs católicas da Comunidade São Vincentina, uma outra iniciativa introduzida pelo referido projeto dá esperança a 38 crianças com VIH/Sida.

Ficam ali o dia todo para serem alimentadas devidamente para que possam complementar o tratamento contra a doença.

Os menores são parte de 215 crianças da Escola Primária Santa Luísa que recebem alimentação, material e uniforme escolar do projeto "Um Pequeno Gesto, Uma Grande Ajuda".

O gesto humanitário tem ganhado um impacto tal que alguns padrinhos têm até 50 afilhados em toda a província de Gaza e já levou empresas como Moza Banco, de Moçambique, e a portuguesa Catavento a apoiar e a adotar afilhados.

Nos últimos anos, os trabalhadores do Moza Banco contribuem com material escolar para as 215 crianças abrangidas pelo projeto na Escola Primária Santa Luísa e já ofereceu este mês a sua doação à instituição.

"Os colaboradores do Moza Banco estão sensibilizados com esta iniciativa e fazem o que podem para aderir à mesma, oferecendo material escolar", afirmou Ivan Simango, que encabeçou uma delegação da instituição para mais uma ação solidária na Escola Primária Santa Luísa.

O futuro próspero do país está nas crianças e devem ser criadas as condições possíveis, para que cresçam com educação e formação, referiu Simango.

Em Moçambique, o abandono escolar, um fenómeno que ocorre principalmente nas zonas rurais, constitui uma das maiores preocupações no setor da educação, e várias ações têm sido implementadas pelo Governo e pelos parceiros internacionais para manter as crianças na escola.

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