Seis países árabes cortaram relações diplomáticas com o Qatar com a acusação de que o país apoia organizações terroristas e o Irão.
O executivo de Doha, nega qualquer ligação ao radicalismo islâmico. A crise regional opõe agora estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo.
No Jornal 2 Felipe Pathé Duarte recorda que as ligações do Qatar a grupos como a Irmandade Islâmica no Egito, ao Hamas na palestina, ou à Al-Nusra na Síria, estão documentadas, bem como o seu apoio ao regime do Irão. Ainda assim o especialista em terrorismo avança que "o Qatar está a ser usado como bode expiatório nesta questão". O comentador afirma que na região "ninguém é inocente" nestas matérias.
Uma investigação comissionada pelo anterior executivo britânico, que se terá revelado politicamente desconfortável e tarda, por isso, em ser publicada. "Há indícios de que, não o regime saudita, mas sauditas proeminentes, são financiadores do Estado Islâmico", o que segundo Felipe Pathé Duarte, coloca um dos principais acusadores deste processo numa posição pouco confortável.
O Qatar classifica como "fabricação completa" todas as acusações que lhe são feitas. O executivo do emirado assegura serem falsos, despachos divulgados por hackers, que o colocam ao lado de organizações extremista.
A reação de diversos países vizinhos foi imediata Arábia Saudita, Egito, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Iémen e Líbia já cortaram relações com o Qatar.
Um sismo diplomático que teve consequências imediatas nas ligações aéreas, com a Etihad Airways, Emirates, FlyDubai e Saudia a suspenderem voos com Qatar, e também no preço do petróleo.
A crise tem lugar quinze dias após uma visita a Riade de Donald Trump, onde este pediu aos países muçulmanos ações decisivas contra o extremismo religioso.