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Organizações cívicas distinguidas pelo apoio a cidadãos europeus no Reino Unido 

por Lusa

Três organizações cívicas foram hoje distinguidas pela delegação da UE em Londres com os primeiros prémios EmpowerEU pelo trabalho junto dos cidadãos da União Europeia no Reino Unido e no reforço das relações com os britânicos pós-Brexit. 

O Movimento dos Jovens Europeus (Young European Movement, YEM) e o Centro das Famílias da Polónia e da Europa de Leste (Polish & Eastern European Family Centre) ganharam nas categorias da Juventude e Comunidade, respetivamente. 

O prémio de Contribuições Excecionais para as Relações UE-Reino Unido foi atribuído à organização `3million` e uma Menção Especial pelo trabalho comunitário foi conferido à organização `Settled`. 

Esta foi a primeira edição destes prémios destinados a distinguir o trabalho de organizações junto de cidadãos da UE, nas comunidades locais e juventude do Reino Unido e no desenvolvimento de relações entre as pessoas da UE e do Reino Unido. 

A cerimónia de entrega decorreu durante o segundo Encontro de Cidadãos 2024, que reuniu representantes da UE e do Reino Unido das áreas política, diplomática, académica e da sociedade civil.

A embaixadora adjunta da UE no Reino Unido, Isabell Poppelbaum, lembrou hoje, durante o evento, como "o Brexit foi uma experiência profundamente traumatizante para muitos cidadãos da UE a viver neste país" e como muitos se mobilizaram, criando organizações para ajudar na defesa dos seus direitos. 

"O que vimos foi uma onda impressionante de solidariedade e resiliência e, sobretudo, uma história de esperança", vincou.

David Jai-Persad, do Centro das Famílias da Polónia e da Europa de Leste, disse à Agência Lusa que este prémio é "uma óptima oportunidade para celebrar o trabalho" da organização e que vai ajudar a "estabelecer credibilidade junto de potenciais financiadores". 

Além de atividades sociais e culturais, a associação ajuda os membros a obter apoios sociais e navegar o sistema britânico, nomeadamente no registo como residentes no Reino Unido, feito exclusivamente de forma digital.

"A transição de sistema à base de papel para um sistema inteiramente eletrónico é difícil de lidar", afirmou.  

Wiard Sterk, um dos administradores da organização sem fins lucrativos Settled, disse à Lusa que, apesar de o prazo para registo de europeus no Reino Unido já ter terminado em junho de 2021, continuam a ter muito trabalho. 

"Sempre soubemos que continuaríamos a ser necessários. As pessoas que tiveram problemas no início com a sua candidatura vão continuar a ter problemas com o seu estatuto porque precisam de o atualizar, de voltar a candidatar-se se tiverem um estatuto provisório. Se não conseguirem perceber o processo digital necessário, terão sempre problemas", explicou.

O Governo britânico continua a aceitar casos excecionais de pessoas que não pediram antes o estatuto de residente, mas estas "candidaturas tardias são complexas, não são simples". 

Sterk deu como exemplo o caso de uma família portuguesa que ajudou um homem autista e a mãe idosa que não sabia falar inglês.  

"Para eles, este processo digital era bastante difícil de fazer. E percebemos que, sempre que no futuro precisarem de fazer algo relacionado com o estatuto de residente, vão precisar de ajuda porque o processo causa-lhes muita ansiedade", contou.

Das 23 candidaturas, foram escolhidos nove finalistas para os Prémios EmpowerEU, entre as quais a organização Juventude para uma Europa Inclusiva (Youth for Inclusive Europe, Y4IE), fundada pela portuguesa Gelsica de Glória. 

O grupo foi formado após o Evento Europeu da Juventude 2023 (EYE) com o objetivo de colocar o tema da inclusão nas discussões sobre participação democrática e capacitação dos jovens.

"Temos 130 membros e cerca de 50 voluntários. Para a Youth Inclusive Europe, estes prémios são uma grande oportunidade para ganhar visibilidade. A nomeação foi um agradecimento, um reconhecimento e estou muito contente com isso", enfatizou a jovem lisboeta.

Desde o lançamento do Sistema de Registo de cidadãos da União Europeia [EU Settlement Scheme, EUSS], em 2018, 5,7 milhões de pessoas obtiveram o estatuto de residente permanente ou provisório, incluindo cerca de 400 mil portugueses.

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