Orbán diz que Trump "não dará um tostão" à Ucrânia se for reeleito presidente dos EUA
Depois de se ter encontrado com Donald Trump, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, avisou este domingo que o ex-presidente dos EUA “não dará um tostão” à Ucrânia se for reeleito e isso acelerará o fim da guerra com a Rússia.
"Como é óbvio, a Ucrânia por si só não consegue manter-se de pé”, disse o primeiro-ministro húngaro, explicando que “se os americanos não derem dinheiro e armas, e também os europeus, então esta guerra terminará”.
“E se os americanos não derem dinheiro, os europeus serão incapazes de financiar esta guerra por si próprios, e então a guerra terminará”, concluiu.
O ex-presidente norte-americano prometeu, anteriormente, acabar com a guerra entre Kiev e Moscovo “em 24 horas” caso seja eleito para a Casa Branca, mas sem fornecer detalhes.
Orbán disse, este domingo, que Trump tem “planos bastante detalhados” sobre como acabar com a guerra, mas também não deu mais detalhes.
O Kremlin disse, esta segunda-feira, que teve conhecimento dos comentários de Viktor Orbán, mas afirmou que nada tem a acrescentar.
"Nós vimos [os comentários], mas não temos nada a dizer, já que não são dados detalhes e não está claro que tipo de plano poderá ser", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a jornalistas.
"Portanto, não é possível dizer algo específico neste momento", concluiu.
Regresso de Trump preocupa líderes da UE
Ao longo dos últimos dois anos de guerra na Ucrânia, o primeiro-ministro húngaro tem sido alvo de várias críticas de outros líderes da União Europeia por manter laços estreitos com o presidente russo, Vladimir Putin, e por se recusar a enviar armas para a vizinha Ucrânia.
Orbán também já demonstrou o seu apoio ao regresso de Trump à Casa Branca nas próximas eleições presidenciais, em novembro deste ano – um cenário que parece cada vez mais provável.
A possibilidade da reeleição de Trump preocupa os líderes da UE, que temem uma redução significativa da ajuda militar e financeira dos EUA à Ucrânia e também à NATO. Em fevereiro, Trump admitiu que “encorajaria” a Rússia a invadir qualquer um dos aliados da NATO com dívidas para com a Aliança Atlântica.
Quatro anos depois, Joe Biden e Donald Trump voltam a enfrentar-se na corrida à Casa Branca. Trump garantiu os delegados para a nomeação como candidato republicano nas eleições primárias e Joe Biden pelos democratas.