O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse que Donald Trump, pré-candidato à Presidência dos EUA, lhe garantiu que "não daria um cêntimo" à Ucrânia, uma declaração que a equipa do antigo chefe de Estado evitou comentar.
As declarações foram feitas depois de um encontro, na Florida (EUA), entre Trump e Orbán, o único líder da União Europeia que manteve relações próximas com o Kremlin apesar da invasão russa da Ucrânia.
"Ele (Trump) tem uma visão muito clara, com a qual é difícil não concordar. Ele diz o seguinte: em primeiro lugar, não dará um cêntimo à guerra entre a Ucrânia e a Rússia" se regressar à Casa Branca, disse Órban domingo à noite ao canal público M1.
O líder nacionalista acrescentou que, se os "norte-americanos não avançarem com dinheiro, os europeus não serão capazes de financiar esta guerra sozinhos". "E, portanto, a guerra terminará", face à incapacidade da Ucrânia.
Segundo Orbán, Trump tem "planos bastante detalhados sobre como" trazer a paz.
Questionada hoje pela agência France Presse, a equipa de Trump não fez comentários, tal como o próprio Donald Trump.
Por seu lado, o Presidente dos EUA, Joe Biden, criticou a entrevista.
Orban, que se encontrou com o presidente russo Vladimir Putin em setembro de 2023, recusa-se a enviar qualquer apoio militar à Ucrânia e apela regularmente a um cessar-fogo, convencido de que Kiev não pode vencer.
Da mesma forma, Donald Trump está a pressionar os seus apoiantes no Congresso para bloquearem os 60 mil milhões de dólares de ajuda militar a Kiev defendida por Biden.
A guerra em curso foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.
Desde então, Moscovo declarou como anexadas à Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, depois de ter feito o mesmo à Crimeia em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões.
Kiev exige a retirada russa do território da Ucrânia, incluindo a Crimeia, como pré-condição para eventuais conversações de paz.
Desconhece-se o número de baixas civis e militares da guerra, que entrou no terceiro ano, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que será elevado.