O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, considerado um aliado de Donald Trump, disse hoje que o ataque ao Capitólio em Washington é "um assunto interno" dos Estados Unidos e que o seu país não quer interferir.
"Do ponto de vista político, aconselho a seguir a política externa que aplicamos até agora, não classificar outro país. Não gostamos quando nos avaliam e nós também não o fazemos", disse Orban numa entrevista hoje à rádio pública Kossuth.
De acordo com o primeiro-ministro ultranacionalista, "este é um problema dos EUA".
Viktor Orban expressou as suas condolências pelas mortes no ataque ao Capitólio e acrescentou estar confiante de que os americanos podem resolver os seus problemas com sucesso.
Orban tem relações estreitas com Trump e foi o único chefe de Governo da União Europeia (UE) que apoiou abertamente a sua candidatura nas eleições presidenciais de 2016 e também de 2020.
Por outro lado, o primeiro-ministro húngaro aproveitou o que aconteceu em Washington para atacar a oposição no seu próprio país.
"Esta não é a primeira vez que vejo grupos agressivos a quererem ocupar um Parlamento", disse Orban, lembrando uma manifestação de 2018 organizada pela oposição húngara na praça onde a câmara está localizada em Budapeste.
O principal aliado de Orban na UE, o presidente polaco Andrzej Duda, também se limitou a falar sobre "assuntos internos" dos Estados Unidos ao comentar o que aconteceu em Washington, enquanto o resto dos líderes europeus condenaram claramente os incidentes cometidos por milhares de apoiantes de Donald Trump.
Cinco pessoas morreram na invasão do edifício, segundo a polícia, que deu conta de que tanto as forças de segurança, como os apoiantes de Trump, utilizaram substâncias químicas durante a ocupação do edifício.
Os apoiantes do Presidente cessante dos EUA, Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades junto ao Capitólio, em Washington, enquanto os membros do congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro.
A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA teve de ser interrompida.
O Congresso acabaria por ratificar na quinta-feira a vitória de Joe Biden, na última etapa antes de ser empossado, em 20 de janeiro.