A líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado disse esperar que a comunidade internacional ajude a impedir que a repressão se normalize no país sul-americano.
A declaração foi feita, horas depois de o regime venezuelano deter Henry Alviarez e Dignora Hernández, membros do partido que lidera, o Vente Venezuela (VV), além de emitir mandados de detenção contra vários colaboradores.
"Quero perguntar à comunidade internacional que diz que quer eleições livres e justas, que apoia o Acordo de Barbados (firmado em outubro entre o governo e a oposição) e também aos aliados políticos de (Nicolás) Maduro o que vão fazer quanto a isto, porque o que aconteceu hoje (quarta-feira) nunca tinha acontecido antes na Venezuela", disse.
Maria Corina falava numa conferência de imprensa em Caracas, durante a qual precisou que até agora foram detidos "sete chefes de comando, que estavam a trabalhar, a preparar eleições".
"Da comunidade internacional esperamos muito mais do que bons desejos (...) O que está a acontecer aqui é real. São pessoas reais, gente de carne e osso, famílias angustiadas por não saberem onde estão os seus familiares", frisou.
"Isto não só significa que todas as denúncias relatadas pela Missão de Determinação dos Factos (da ONU) são verdadeiras, que aconteceram, mas que continuam a ser cometidas. Estes crimes vêm engrossar os expedientes. São crimes contra a humanidade, cometidos de maneira sistemática, massiva", disse.
A opositora instou ainda a comunidade internacional a visualizar o que seria para a Venezuela e para a América Latina um cenário em que o presidente "Nicolás Maduro arrebata à força" as eleições.
O Procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, confirmou quarta-feira a detenção de Henry Alviarez e Dignora Hernández, elevando para nove o número de políticos detidos nas últimas semanas, sete deles do VV e dois do partido Causa R.