Para tal, basta que Nicólas Maduro saia pelo próprio pé da presidência venezuelana. Em entrevista à France Presse (AFP), a líder da oposição assegura "garantias e salvo-conduto" ao presidente se ele deixar voluntariamente o poder.
Maria Corina Machado defende uma “negociação para a transição democrática”, que “inclua garantias, salvo-condutos e incentivos para as partes envolvidas, ou seja (para os membros) do regime que foi derrotado nestas eleições presidenciais”.
Corina Machado está em parte incerta há mais de uma semana por temer pela vida, mas respondeu através de mensagens de voz a um conjunto de questões da AFP. Aliás, nos últimos dias, o rosto da oposição venezuelana tem multiplicado as entrevistas e agora confessa estar orgulhosa. “Sinto-me profundamente orgulhosa pelo que fizemos, o que a sociedade venezuelana fez, superando todos os obstáculos das eleições mais desiguais e arbitrárias em termos de abusos e ultrajes do regime”.
Quanto à comunidade internacional, aponta responsabilidades pelo que está a acontecer na Venezuela e apela a um maior envolvimento. “As forças internacionais também são responsáveis pelo que está a acontecer na Venezuela”.
O Conselho Nacional Eleitoral, acusado de ser subserviente ao poder, proclamou Maduro vencedor das eleições de 28 de julho com 52 por cento, sem tornar pública a contagem exata dos votos e as atas das assembleias de voto, alegando ter havido um ataque informático.
A oposição partilhou os seus próprios dados, atas obtidas graças aos seus representantes e que diz darem vitória a Edmundo Gonzalez Urrutia com 67% dos votos (González teve que substituir Corina Machado em cima da hora, uma vez que ela foi impedida de se candidatar).