Operação Miríade. Marcelo diz que reputação continua intacta e que militares são "orgulho de Portugal"

por RTP
Marcelo rebelo de Sousa despediu-se dos militares que partiram para a República Centro-Africana e deu-lhes moral Manuel de Almeida - Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, despediu-se esta madrugada de um contigente de 110 militares portugueses que partiram para a República Centro-Africana (RCA), afirmando que a "reputação (dos militares) continua intacta" e que são "o orgulho de Portugal".

Marcelo Rebelo de Sousa esteve presente na cerimónia de despedida da 10.ª Força Nacional destacada para a República Centro-Africana. O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, esteve ausente e o Governo foi representado pela secretária de Estado da Defesa, Catarina Sarmento e Castro.

Na cerimónia de despedida, no Aeroporto de Figo Maduro, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não é "um ou 10 casos" que possam vir a acontecer que vão abalar a reputação dos militares naquela que é a décima missão na RCA, numa referência ao caso da "Operação Miríade".

"Um, dois, três, quatro, dez casos que possam existir, e que venham a ser punidos exemplarmente, não são milhares de militares portugueses em missões internacionais (...) essa reputação não é atingível, continua intacta, é o resultado de anos e anos de dedicação das nossas Forças Armadas", disse Marcelo Rebelo de Sousa, numa alusão indireta à Operação Miríade.
O Presidente da República definiu ainda os militares em "três palavras muito simples": "Vós sois o orgulho de Portugal".

O Presidente da República defende que o caso de alegado tráfico de diamantes, ouro e droga, envolvendo militares portugueses ao serviço das Nações Unidas na República Centro-Africana (RCA) não afeta a boa reputação das Forças Armadas portuguesas em missões internacionais.
Razão de ser da missão
O contingente de 110 militares do Exército e da Força Aérea Portuguesa partiu, pelas 1h00 da madrugada desta terça-feira, para a República Centro-Africana. O destacamento faz parte da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA).

Estes militares juntam-se aos 70 do Destacamento Avançado, que partiram para este teatro de operações no passado dia 26 de outubro.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda que as forças militares portuguesas estão naquele país africano com um objetivo: "Chama-se construção da paz que é inseparável de uma missão também humanitária. A paz, a estabilidade social, o apoio às populações, sobretudo aos mais carenciados, às crianças, às mulheres, aos mais idosos, aos mais dependentes num clima de conflito".
"Neste dias, as fronteiras de Portugal começam em África. Muitos europeus demoraram a perceber isso. Pensavam que as fronteiras começavam no (Oceano) Atlântico ou no (Mar) Mediterrâneo, ou quando muito no norte de África e não perceberam que as migrações que avançam rapidamente do centro de África para o norte de África e de África para a Europa", alertou ainda o chefe de Estado, relativamente à crise das migrações.

A 10ª Força Nacional Destacada nesta missão é comandada pelo Tenente-coronel Jorge Simões Pereira e assumirá a Força de Reação Rápida da MINUSCA nos próximos seis meses.

c/ Lusa

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