ONU "seriamente preocupada". Ataque israelita mata família com sete crianças
A Proteção Civil palestiniana anunciou esta sexta-feira as mortes de dez membros da mesma família, incluindo sete crianças, num ataque israelita noturno em Khan Younis, cidade do sul da Faixa de Gaza. Os bombardeamentos intensificam-se numa altura em que a Organização das Nações Unidas está "seriamente preocupada" com as ações de Israel, alertando que ameaçam cada vez mais a existência dos palestinianos como grupo.
O Exército israelita disse estar a examinar a informação e, em comunicado, anunciou que atingiu cerca de 40 alvos na Faixa de Gaza em 24 horas.
Imagens captadas pela agência France-Presse no local do ataque revelam equipas de socorristas a retirarem corpos dos destroços, transportando-os em ambulâncias para um hospital.Testemunhas auscultadas pela AFP relataram também disparos contínuos e intensos de tanques israelitas em Khan Younis na manhã desta sexta-feira.
Segundo a Proteção Civil, um outro ataque em Beit Lahia, no norte do território, fez duas vítimas mortais. Um porta-voz do Exército israelita apelou aos habitantes de vários bairros da cidade de Gaza, também no norte, que evacuassem as suas habitações.
O Exército está "a operar com força nas vossas zonas para destruir as infraestruturas terroristas. Para vossa segurança, devem evacuar imediatamente estas áreas e dirigir-se aos abrigos conhecidos no oeste da cidade de Gaza", escreveu na rede social X.
"Durante a noite, as tropas intensificaram as suas operações terrestres no corredor de Morag, enquanto prosseguiam as suas atividades na região", declarou o Exército num comunicado, referindo-se à zona tampão recentemente anunciada no sul, entre as cidades de Rafah e Khan Younis.
Israel retomou os bombardeamentos contra a Faixa de Gaza em meados de março, pondo fim a uma trégua de dois meses com o Hamas no enclave. Desde que retomaram a ofensiva, as forças militares já mataram 1.522 palestinianos, de acordo com o Ministério da Saúde do grupo islamita.Palestinianos cada vez mais em risco
Esta sexta-feira, o gabinete de Direitos Humanos das Nações Unidas avisou que as ações de Israel em Gaza estão a colocar cada vez mais em risco a existência dos palestinianos como um todo.
"À luz do impacto cumulativo da conduta das forças israelitas em Gaza, estamos seriamente preocupados com o facto de Israel parecer estar a infligir aos palestinianos em Gaza condições de vida cada vez mais incompatíveis com a sua existência continuada enquanto grupo", lamentou Ravina Shamdasani, porta-voz do gabinete do Alto Comissariado dos Direitos Humanos.
A Organização Mundial de Saúde vez saber, por sua vez, que os stocks de medicamentos estão num nível alarmante devido ao bloqueio da ajuda humanitária a Gaza, o que torna difícil manter os hospitais a funcionar na região.
"As reservas estão criticamente baixas nos nossos três armazéns, quer em antibióticos, como em fluidos intravenosos e sacos de sangue", explicou Rik Peeperkorn, funcionário da OMS.
c/ agências