O alto-comissário dos Nações Unidas para os Refugiados, Zeid Ra'ad al-Hussein, pediu hoje aos Estados Unidos que "acabem imediatamente" com a separação de crianças migrantes dos seus pais, uma prática que nas últimas semanas afetou cerca de 2.000 menores.
"Estou profundamente preocupado pelas políticas recentemente adotadas nos Estados Unidos que castigam as crianças pelas ações dos seus pais", afirmou Zeid, no discurso de abertura da 38.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Segundo o alto-comissário, nas últimas semanas "quase duas mil crianças foram separadas dos seus pais".
Zeid recordou que a Associação de Pediatras norte-americana considerou esta "cruel prática" um "abuso contra crianças consentido pelo Governo" que pode causar "danos irreparáveis" com "consequências para toda a vida" para os menores.
"Pensar que um Estado pretende dissuadir os pais (de entrar ilegalmente no país) ao infligir tal abuso sobre as crianças é inadmissível", disse o responsável.
"Insto os Estados Unidos a acabarem imediatamente com a prática de separar à força estas crianças e apelo ao Governo para que ratifique finalmente a Convenção sobre os Direitos da Criança, a fim de assegurar que os direitos fundamentais de todos os menores, qualquer que seja o seu estatuto administrativo, estejam no centro de todas as leis e políticas nacionais", referiu Zeid.