A missão de apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL) exigiu hoje às autoridades do leste da Líbia a investigação de forma "transparente e independente" da morte do ativista político Siraj Dughman, detido em outubro de 2023 sem julgamento.
De acordo com a agência Efe, a missão da ONU disse ter tomado nota da Agência de Segurança Interna, que indicou que a morte se produziu durante "uma tentativa de fuga" devido a uma queda "de uma altura elevada através de uma janela", ao mesmo tempo que exigiu a libertação de todos os detidos arbitrariamente.
O sucedido teve lugar num centro de detenção militar da localidade de Rajma, perto de Benghazi, no território oriental líbio, controlado pelo marechal Khalifa Haftar e pelo executivo paralelo ao Governo de Unidade Nacional de Trípoli, o único reconhecido oficialmente.
Dughman foi detido "arbitrariamente" juntamente com o ex-embaixador do Canadá, Fathi Baja, Tarek al Bishari, Salem Laribi e Nasser Daessi: "nunca foram acusados formalmente nem compareceram perante o tribunal", assinala a missão da ONU.
Segundo a imprensa local, os detidos intervieram num seminário organizado pelo Centro de Estudos Estratégicos e de Futuro sobre as consequências do colapso das barragens de Derna, dirante o ciclone de setembro de 2023 que causou a morte a mais de 4.500 pessoas e o desaparecimento de 8.500.
"A UNSMIL pede a libertação imediata e incondicional de todas as pessoas detidas arbitrariamente, incluindo as que estão detidas com Dughman", pediu a representação da ONU na nota.
A missão da ONU "reitera o seu apelo à responsabilização e ao fim dos sequestros, desaparecimentos e detenções arbitrárias em todo o país".