Após três décadas de ausência do território, as Nações Unidas respondem agora à crise humanitária no Nagorno-Karabakh com o envio de uma missão ao território já agendada para este fim-de-semana.
“O governo do Azerbaijão e a ONU concordaram com o envio de uma missão para a região. A missão terá lugar este fim de semana”, fez saber Dujarric, explicando que “há cerca de 30 anos que não temos acesso a esta região [devido] à complicada situação geopolítica”.
“É por isso muito importante que possamos entrar”, acrescentou o porta-voz do secretário-geral da ONU.
A equipa de uma dezena de elementos liderados por funcionários do Gabinete de Assuntos Humanitários (OCHA) “vai avaliar a situação no terreno e identificar as necessidades humanitárias, tanto para as pessoas que permanecem como para as que se deslocam”.
“Devemos lembrar a necessidade de todos respeitarem o Direito Internacional, em particular no que diz respeito aos Direitos Humanos”, acrescentou Stéphane Dujarric.
A deslocação da equipa das Nações Unidas ao Nagorno-Karabakh acontece depois de a União Europeia ter colocado essa exigência em cima da mesa num momento em que se assistimos a um “êxodo em massa” de arménios que fogem do enclave após a operação militar levada a cabo pelo Azerbaijão.
Dujarric acrescentou que a ONU está já a trabalhar com o governo arménio para lidar com este afluxo de refugiados que atravessam a fronteira: “Equipas do Alto Comissariado para os Refugiados estão no terreno na fronteira desde o primeiro dia em que o primeiro grupo de refugiados chegou exausto, assustado e preocupado com o futuro”, notou.
Pelo menos 170 mortes em explosão
Na noite da última sexta-feira, o enclave de Nagorno-Karabakh começou a ficar sem população, que disparou numa fuga desesperada um dia após o anúncio da dissolução da autoproclamada república de Nagorno, que marcou o fim da sua existência de três décadas.
Nesta fuga pela única estrada montanhosa que liga o território à Arménia morreram na explosão de um depósito de combustível pelo menos 170 pessoas: “Os restos mortais de 170 pessoas foram encontrados até o momento” fez saber a polícia.
Nos dias seguintes, quase 100 mil pessoas – seriam 120 mil os habitantes do território – terão abandonado as suas casas.
com agências