Uma organização não-governamental (ONG) pediu ao governo leis e regras obrigatórias para a observação de baleias em Timor-Leste para garantir a viabilidade e contribuição do setor para o desenvolvimento económico e social.
"O turismo de baleias não regulamentado não só coloca em risco a vida dos animais, mas também pode destruir um setor nascente com grande potencial de contribuir para o desenvolvimento social e económico de Timor-Leste", afirma a ONG timorense Fundação Mahein, num artigo divulgado na sua página oficial.
Em 2020, a pedido de vários operadores turísticos locais, o governo criou diretrizes nacionais para a regulamentação das atividades de observação de baleias, mas, segundo a Fundação Mahein, aquelas "são voluntárias".
As baleias e golfinhos em Timor-Leste podem ser avistados durante todo o ano.
Mas, entre outubro e dezembro, o estreito de Wetar, que separa Díli da ilha de Ataúro, recebe a visita de uma grande diversidade de baleias em rota migratória entre os oceanos Pacífico e Índico, incluindo a baleia-azul e o cachalote, em risco de extinção.
De acordo com a Fundação Mahein, em 2020, o governo iniciou consultas para estabelecer leis e regras obrigatórias, mas nada foi concretizado.
A ONG adverte também que a falta de regulamentação está a levar a "perdas significativas de receita", que podem garantir a sustentabilidade do setor, denunciando que empresas estrangeiras baseadas fora de Timor-Leste estão a operar no mercado.
"Em Timor-Leste, a ausência de regulamentação significa que o país perde não apenas receita tributária, mas também os benefícios ambientais e socioeconómicos que uma indústria de turismo de baleias bem gerida pode trazer", salienta a Fundação Mahein.
Para a ONG, é preciso uma regulamentação eficaz que controle o número de embarcações e monitorize as interações entre turistas e baleias, formação credenciada e práticas éticas para a observação.