A organização não-governamental (ONG) Foro Penal (FP) disse que pelo menos 12 pessoas foram detidas, nas últimas 24 horas, na Venezuela, onde decorre a campanha para as eleições presidenciais.
Entre os detidos, conta-se o cantautor Willy Alvarez, que compôs vários temas musicais para a campanha da oposição para as presidenciais de 28 de julho, indicou o FP, no domingo. O paradeiro de Alvarez era desconhecido desde quinta-feira, quando se deslocou a Barquisimeto para visitar familiares.
De acordo com a imprensa venezuelana, o cantautor foi acusado de "resistência à autoridade" e foi detido em La Pedrera, quando estava acompanhado por um músico da banda, Brahyan de Jesús Hernández, também detido.
No mesmo lugar, as autoridades detiveram um outro jovem cuja identidade não foi divulgada, acrescentou.
O advogado Omar Mora denunciou a detenção de Néstor Luís Vilória Cardozo, proprietário do camião que transportou a opositora Maria Corina Marchado para uma concentração realizada no sábado, em Valência, a 170 quilómetros a oeste de Caracas.
Foram igualmente detidos dois ajudantes do proprietário do camião, Estaul Rodriguez e Mire Eduardo Aguilar.
Mora afirmou que os três foram acusados de lesões graves a funcionários públicos "algo que até agora nunca tinha acontecido".
Por outro lado, as autoridades venezuelanas detiveram o empresário Ricardo Albacete Vidal, que recentemente alojou em casa, no estado de Táchira, a 703 quilómetros a sudoeste de Caracas, a opositora Maria Corina Machado.
O empresário foi acusado de apropriar-se de materiais do Estado.
Em Monágas, a 560 quilómetros a sudeste da capital, foi detido o presidente regional do partido opositor Un Nuevo Tiempo.
No estado de Anzoátegui, a 500 quilómetros a sudeste de Caracas, foi detido Denis Martínez, coordenador do partido Vente Venezuela (de María Corina Machado), sob a acusação de "extorsão". No mesmo estado foi detido o líder sindical César Tapia.
Foram ainda detidas duas mulheres, no estado de Portuguesa (414 quilómetros a sudoeste da capital), Mary Rodríguez e Mayra Montilla, diretoras do "Comando Con Venezuela" da María Corina Machado.
A imprensa local acrescentou que a detenção destas duas mulheres teve lugar numa violenta operação, na qual participaram vários organismos de segurança e durante a qual foi agredido o jornalista Mário Hurtado, que viu serem destruídos equipamentos de trabalho.
Além das detenções, a imprensa noticiou que foi encerrado um restaurante que vendeu sanduíches de pernil à líder opositora María Corina Machado e substituto Edmundo González Urritia.