O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde anunciou esta quarta-feira que haverá uma reunião de emergência para discutir se o atual surto epidémico de Mpox na República Democrática do Congo poderá representar uma emergência de saúde pública.
In light of the spread of #mpox outside #DRC, and the potential for further international spread within and outside Africa, I have decided to convene an Emergency Committee under the International Health Regulations to advise me on whether the outbreak represents a public health…
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) August 7, 2024
O comité irá reunir “o mais rapidamente possível” e será composto por “peritos independentes de uma série de disciplinas relevantes de todo o mundo”, adiantou ainda o responsável.
A declaração de uma emergência de saúde pública é o alerta mais elevado que a OMS pode levantar e cabe ao diretor-geral, que pode lançá-lo por conselho do comité.
O atual surto epidémico na República Democrática do Congo (RDC) já registou mais de 27 mil casos e provocou 1.100 mortes desde o início de 2023, segundo os dados citados pela agência Reuters.
Outros países vizinhos, como o Burundi, Costa do Marfim, Quénia, Ruanda e Uganda também já anunciaram ter registado pelo menos 50 casos de Mpox.
Já no mês passado, a OMS tinha alertado para a ameaça global à saúde que a Mpox poderia representar, sobretudo por se tratar de uma nova estirpe do vírus, detetada na RDCongo em setembro de 2023, que é mais mortal. A atual variante que está a gerar preocupação, a "Clade Ib", é uma mutação da Clade I. Segundo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA, este tipo de vírus "causa uma doença mais grave e mais mortes".
Trata-se da estirpe “Clade Ib”, que também já foi detetada em vários países vizinhos. Esta nova variante provoca o aparecimento de erupções cutâneas por todo o corpo, enquanto as anteriores se caracterizavam apenas por erupções cutâneas mais localizadas.
A Mpox, também conhecida como “varíola dos macacos”, foi descoberta pela primeira vez em seres humanos em 1970, na atual RDCongo, com a propagação do subtipo “Clade I”.
Em 2022, com a variante "Clade II", menos agressiva, surgiram infeções um pouco por todo o mundo, incluindo em Portugal.
Na altura, a OMS declarou uma emergência de saúde pública que se prolongou até maio de 2023. A Organização Mundial de Saúde continuou, no entanto, a considerar que a doença continua a ser uma ameaça à saúde.
(com agências internacionais)