OMS quer hospitais de todo o mundo preparados para vírus misterioso oriundo da China

por RTP
O novo vírus já provocou a morte de uma pessoa e terá afetado outras 41 Foto: Bobby Yip - Reuters

A Organização Mundial de Saúde anunciou esta terça-feira um plano a ser aplicado nos hospitais de todo o mundo para os preparar para um novo vírus que já contagiou dezenas de pessoas na China, provocando uma morte. O anúncio surge depois de uma pessoa fora da China ter sido diagnosticada com o vírus misterioso.

“Estamos a preparar-nos para a hipótese de contágios em massa, pelo que estão a ser tomadas medidas de prevenção e controlo de infeções para que todos os hospitais do mundo apliquem as precauções habituais”, informou a diretora interina do departamento de doenças emergentes da Organização Mundial de Saúde, Maria Van Kerkhove.

As declarações surgem depois de a agência de notícias oficial da China ter divulgado que uma mulher chinesa que viajou até à Tailândia transportou consigo o vírus e foi colocada em quarentena.

A mulher, que voou desde a cidade chinesa de Wuhan, onde o surto teve origem em dezembro, foi hospitalizada depois de ter chegado a Bangkok e acabou por ser colocada em quarentena.

De acordo com a agência de notícias chinesa, a mulher chegou à Tailândia a 8 de janeiro e nenhum outro passageiro do avião em que seguia foi infetado.

O caso surge numa altura de viagens frequentes entre a população chinesa devido à passagem de ano desse país, que se celebra este mês. Vários dos primeiros casos reportados aparentavam estar ligados a um mercado de peixe em Wuhan.

Até agora, o novo vírus já provocou a morte de uma pessoa e terá afetado outras 41, que registam sintomas semelhantes aos de uma pneumonia. Dos 41 casos confirmados na China, seis estão em estado grave, mas outros sete já tiveram alta, disse a porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

O vírus está a ser enquadrado na família dos coronavírus, responsáveis por infeções respiratórias. Os coronavírus podem causar variadas doenças, desde simples constipações até doenças respiratórias fatais.

Ainda esta terça-feira, a Organização Mundial da Saúde referiu a possibilidade de o vírus ser transmitido “de forma limitada de pessoa para pessoa”, apesar de “ser cedo e ainda não existir um quadro clínico claro”.

"A experiência com a síndrome respiratória aguda e grave (SARS) ou a síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS) preparou-nos para esta situação, a comunidade global está a tomar medidas preventivas e todos os sistemas estão preparados para serem ativados", garantiu a OMS.
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