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OMS levanta alerta de emergência global para a Mpox

por Graça Andrade Ramos - RTP
OMS levanta alerta de emergência global para a Mpox Reuters

A propagação do vírus que causa a Mpox, antiga Monkeypox ou varíola dos macacos, abrandou o suficiente no início de 2023 para levar o Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde a recomendar o levantamento, esta quinta-feira, do nível de alerta de emergência mundial que vigorava há quase um ano.

A decisão já era esperada, depois de ontem a OMS ter anunciado que o número de casos de infeção pelo Mpox baixou quase 90 por cento nos últimos três meses a nível global, em comparação com o trimestre anterior.

A doença continua apesar disso a representar "desafios significativos de saúde pública", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, aconselhando a não baixar a guarda.

"Como na Covid-19, não significa que o trabalho acabou. A Mpox continua a representar desafios significativos de saúde pública que precisam de uma resposta robusta, proativa e sustentável", afirmou numa conferência de imprensa em Genebra.

Além disso, os casos de infeção relacionados com viagens permanecem como uma ameaça e "há um risco particular para as pessoas com infeção por VIH não tratadas", salientou ainda Ghebreyesus.

No dia 10 de maio o diretor-geral da OMS tinha sublinhado a necessidade de manter a vigilância, sobretudo em África.

"No total, mais de 87 mil casos e 140 mortes foram notificados à OMS de 111 países. Devido à mobilização global e à resposta rápida da maioria dos países, vemos agora progressos constantes no controlo deste surto", salientou então Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Não há contudo uma tendência clara para os casos registados em África, onde continuam a ser notificadas infeções em vários países, referiu o responsável da OMS, ao lamentar também que muitos países estejam agora a abrandar a vigilância e a reduzir o acesso a testes de despiste e a vacinas.

"Embora saudemos a tendência de queda dos casos de Mpox globalmente, o vírus continua a afetar comunidades em todas as regiões, inclusive em África, onde a transmissão ainda não é bem compreendida", explicou.

A OMS recomenda integrar nos programas de saúde já existentes a prevenção e os cuidados exigidos no combate à Mpox, de forma a permitir o acesso contínuo aos cuidados e uma resposta rápida para lidar com futuros surtos.
O que é a Mpox
A Mpox é provocada por um vírus do genus Orthopoxvirus, que se transmite por contacto físico, seja com humanos e animais infetados ou com materiais contaminados.

Caracteriza-se por erupções ou lesões cutâneas que geralmente se concentram no pênis, ânus, boca, rosto, palmas das mãos e solas dos pés.

Os sintomas podem durar de duas a quatro semanas, e ser acompanhados de febre, cefaleias, dores musculares, dores lombares, falta de energia e nódulos linfáticos inchados.

Uma pessoa que esteja doente deixa de estar infecciosa apenas após a cura completa e a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá, eventualmente, ultrapassar quatro semanas.

A medida mais eficaz contra a infeção é evitar contacto com pessoas com suspeita ou diagnóstico confirmado de Mpox. A prevenção inlcui higienização das mãos, com água e sabão ou com álcool gel, antes de tomar alimentos ou tocar no rosto.

Qualquer suspeita devido a estes sintomas deve ser avaliada por um médico, a quem deverá ser comunicado o histórico com eventuais casos de contaminação, suspeitos ou confirmados.Mpox em Portugal

A partir de maio de 2022 surgiram casos de Mpox em mais de cem países, incluindo aqueles onde a Mpox não é endémica, como as Américas.

O surto foi classificado como PHEIC, na sigla internacional, ou ESPII - Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, o mais elevado, em 23 de julho de 2022. A ESPII é definida como "um evento extraordinário, grave, repentino, incomum ou inesperado", com implicações para a saúde pública para além da fronteira nacional de um Estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata.

Portugal foi um dos países em que se registaram casos de Mpox, tendo sido confrmados no país 953 casos de infeção desde 3 de maio de 2022 até 28 de abril de 2023, segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde. Não foram reportadis novos casos desde a informação mensal anterior.

Esta foi a sétima vez que a OMS declarou a emergência internacional (mecanismo iniciado em 2005), depois de o ter feito para a Gripe A em 2009, para o Ébola em 2014 e 2018, para a Poliomielite em 2014, para o vírus Zika em 2017 e para o coronavírus que provoca a Covid-19, esta última levantada na última semana.

com Lusa
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