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Omitir prazo "é absurdo". Zelensky pressiona NATO a avançar com adesão

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Alina Smutko - Reuters

O presidente ucraniano voltou a pressionar a NATO a avançar com a adesão da Ucrânia. Numa mensagem publicada no Telegram e no Twitter, a caminho de Vilnius para a cimeira da NATO, Volodymyr Zelensky escreveu que será "absurdo" se a Ucrânia não receber o convite para integrar a Aliança. O chefe de Estado critica a falta de "disposição", por parte dos Estados-membros, para convidar o seu país.

Numa mensagem em inglês publicada na rede social Telegram e no Twitter no dia em que arranca a cimeira da NATO em Vilnius, Volodymyr Zelensky deixou palavras duras aos membros da Aliança Atlântica, criticando a “indecisão” sobre a adesão da Ucrânia.

"É sem precedentes e absurdo que não seja definido um prazo nem para o convite nem para a adesão da Ucrânia [à NATO]. Em vez disso, algumas palavras vagas sobre 'condições' são adicionadas até mesmo para convidar a Ucrânia", escreveu o presidente ucraniano.


“Parece que não há disposição para convidar a Ucrânia para a NATO ou para torná-la membro da Aliança”, criticou.

“A Ucrânia estará representada em Vilnius, na cimeira da NATO. Porque isso é respeito. Mas a Ucrânia também merece respeito”, sublinhou.

Zelensky insiste que a indecisão sobre a entrada da Ucrânia para a NATO dá à Rússia "motivação para continuar o seu terror".

“Incerteza é fraqueza. E vou discutir isto abertamente na cimeira”, rematou.
Apenas momentos depois da mensagem de Zelensky ter sido publicado, o presidente dos Estados Unidos anunciou que os membros da Aliança “concordaram com a linguagem” em relação à futura adesão da Ucrânia.

“Concordamos com a linguagem em relação à futura adesão da Ucrânia na NATO. Estamos à procura de uma NATO unida e firme”, disse Biden durante uma conferência de imprensa em Vilnius ao lado do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Zelensky tem insistido nos últimos dias na integração da Ucrânia na organização, pedindo ações concretas e não apenas promessas.

O presidente ucraniano reconhece que enquanto durar a guerra não será possível a integração na Aliança , mas vincou que a Ucrânia precisa de “um sinal claro” de imediato.

No entanto, é pouco provável que a Ucrânia saia desta cimeira com uma data definida para a entrada na NATO ou com um convite formal.

Os aliados estão em sintonia na ideia de que a Ucrânia deve entrar para a NATO no quadro do que foi aprovado na cimeira de Bucareste de 2008, mas estão divididos em relação aos detalhes, nomeadamente sobre o momento para a adesão.


Os EUA e a Alemanha, em particular, já deixaram claro que não apoiam a entrada da Ucrânia na Aliança enquanto o conflito com a Rússia estiver em curso. Mas para além das questões militares, existem ainda outras condições que devem estar reunidas, nomeadamente questões relacionadas com o Direito Internacional, respeito pelo Estado de Direito e luta contra a corrupção.

Por sua vez, os 31 Estados-membros pretendem reforçar nesta cimeira a ideia de apoio a Kiev e deverão robustecer a ajuda militar e trabalhar na questão da aproximação da Ucrânia à NATO, mas sem que isso signifique uma adesão imediata.
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