Olaf Scholz na China para conversações delicadas sobre o comércio e uma "paz justa" na Ucrânia
A visita de três dias à China do chanceler alemão Olaf Scholz termina esta terça-feira com um encontro com o presidente chinês Xi Jinping, onde foram abordados os laços económicos entre os dois países mas também a necessidade de alcançar "uma paz justa" na Ucrânia. Apesar das tensões comerciais e geopolíticas entre o Ocidente e Pequim, Scholz centrou-se em melhorar a qualidade da cooperação económica com o seu principal parceiro comercial.
"China e Alemanha são a segunda e terceira maiores economias do mundo e precisam de consolidar e desenvolver as suas relações", afirmou Xi Jinping.
Citado pela televisão estatal chnesa CCTV, o líder chinês observou que “as transformações no mundo estão a acelerar e a humanidade enfrenta riscos e desafios crescentes. Para resolver estes problemas, as grandes potências devem trabalhar em conjunto".
"Temos de ter cuidado com o protecionismo. Temos de analisar as questões relacionadas com a capacidade de produção de forma objetiva, numa perspetiva de mercado e numa perspetiva global. A China adere a uma política nacional de abertura e espera que a Alemanha proporcione um ambiente de negócios justo, transparente, aberto e não discriminatório para as empresas chinesas", afirmou Xi Jinping, esta terça-feira, segundo comunciado do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.
O presidente chinês acrescentou que “não há risco na nossa cooperação” e que “existe um enorme potencial, quer em domínios tradicionais como a maquinaria e os automóveis, quer em novos domínios como a transformação ecológica, a digitalização e a inteligência artificial”, apelando ao espírito de “mente aberta”, ao “respeito mútuo” e à procura de “um terreno comum” capaz “de resolver as diferenças” entre a Alemanha e a China.
Atuar em prol de uma “paz justa” na Ucrânia
O líder alemão defendeu esta terça-feira junto de Xi Jinping, a necessidade de discutir um acordo com a China sobre a melhor forma de alcançar uma “paz justa” na Ucrânia e pediu a Xi Jinping para pressionar a Rússia a parar a “campanha sem sentido” de Vladimir Putin na Ucrânia, um conflito sobre o qual Pequim tem adotado uma posição ambígua. Até agora, Pequim apelou ao diálogo e ao respeito pela integridade territorial de "todos os países", neste caso, a Ucrânia, mas nunca condenou publicamente Moscovo pela sua invasão da Ucrânia.
Präsident Xi und ich haben vereinbart: China und Deutschland wollen sich über die Förderung der Ausrichtung einer hochrangigen Konferenz in der Schweiz und künftiger internationaler Friedenskonferenzen intensiv und positiv abzustimmen. #Ukraine pic.twitter.com/UzbP0Kfsui
— Bundeskanzler Olaf Scholz (@Bundeskanzler) April 16, 2024
"Devemos concentrar-nos em manter a paz e a estabilidade e abster-nos de tirar partido egoísta da situação", disse o presidente da China, apelando a que "não se atire combustível para a fogueira".